Planos de ataques tinham alvos fora dos EUA; líder do grupo já combatera soviéticos no Afeganistão

Reuters

Daniel Boyd, preso anteontem

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Sete homens foram presos na Carolina do Norte e acusados de conspirar para promover um "violento jihad" fora dos EUA. Três deles são da mesma família: o pai, Daniel Boyd, de 39 anos, e os filhos Zakariya Boyd, 20, e Dylan Boyd, 22.
Os acusados foram presos sem direito a fiança. Caso sejam condenados, poderão enfrentar a prisão perpétua. Um deles, Hysen Sherifi, 24, nasceu na região do Kosovo, mas é um residente legal no país. Um oitavo suspeito, americano, ainda não foi capturado. As autoridades suspeitam que ele possa estar no Paquistão.
O FBI acompanhou as atividades do grupo nos últimos três anos. O suporte dado à resistência islâmica incluía planos de participação em atividades terroristas no exterior e em ações como assassinato e sequestro, inclusive com levantamento de recursos.
"Essas acusações deixam claro que terroristas e seus apoiadores não estão confinados em regiões remotas de terras distantes, mas podem crescer e se espalhar aqui mesmo", disse o promotor George Holding.
Os membros do grupo são acusados de praticar táticas militares e de usar armas na área rural da Carolina do Norte. Eles também teriam viajado para Gaza, Israel, Jordânia e Kosovo com o objetivo de se engajar no "violento jihad".
O líder do grupo, Daniel Boyd, há 20 anos foi apontado como membro de uma facção afegã que era aliada dos EUA na luta contra a antiga URSS. Em 1991, ele e o irmão foram condenados por roubo a banco no Paquistão e foram sentenciados a ter o pé e a mão cortados, mas a sentença foi revista.
A mulher de Daniel Boyd afirmou, em nota divulgada pela Sociedade Muçulmana Americana, que as acusações não têm fundamento. "Somos uma família comum. Somos pessoas decentes que se preocupam com outros seres humanos."
A família mora numa área rural ao sul de Raleigh e administra um negócio de divisórias para casas.
"Se ele [Boyd] é um terrorista, ele é o terrorista mais legal que já conheci na vida", declarou um dos vizinhos.


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