DE BUENOS AIRES

R.S.J. é conhecido na escola Ilhas Malvinas por ser um adolescente tímido e retraído, segundo relataram funcionários do colégio e amigos do estudante à policia. De acordo com a subsecretária de Educação da Província de Buenos aires, Delia Méndez, ele não tinha nenhum antecedente.
Filho de um policial naval e de uma dona-de-casa de classe média baixa, R.S.J. cursava o primeiro colegial e estudava na escola desde o primário -portanto, era bastante conhecido. Segundo Méndez, nunca havia sido registrado nenhum relato sobre qualquer atitude violenta praticada pelo estudante.
De acordo com a polícia, R.S.J. não disse nenhum palavra desde o momento em que começou a disparar contra seus companheiros. O chefe de policia, Daniel Fernandez, afirmou que R.S.J. chorou ao ser detido, mas depois permaneceu calado. "Nunca havia visto isso em minha vida. Parece filme", disse. Alunos contaram aos policiais e aos funcionários da escola que R.S.J. havia discutido com alguns companheiros de classe anteontem.
De acordo com o antropólogo Daniel Miguez, especialista em violência escolar da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, está aumentando o número de agressões feitas por alunos a companheiros e professores nas escolas argentinas. "Este caso, porém, parece ter um fundo psicossocial e não tem nada a ver com as últimas agressões registradas por alunos, que estão relacionadas à degradação social", disse.
"Este caso parece ter origem psiquiátrica que, infelizmente, ninguém percebeu", disse a psicóloga Liliana Hendel. (CD)


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