São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente vence também em reduto opositor

DO ENVIADO A QUITO

O presidente equatoriano, Rafael Correa, conseguiu também vencer na litorânea Guayaquil, maior cidade do país e importante reduto da oposição, onde o "não" era apontado como favorito em levantamentos.
Segundo boca-de-urna do instituto Cedatos, o "sim" à nova Carta obteve 49,9% dos votos, contra 44,8% para o "não", uma diferença mais apertada do que os números nacionais.
Preocupado com a possibilidade de a região se transformar num foco da oposição regional parecido a Santa Cruz, na Bolívia, Correa praticamente não saiu da cidade nos últimos dias, com o objetivo de mudar a tendência de voto ali.
Assim, o presidente passou todo o dia de ontem em Guayaquil, onde nasceu.
Nas primeiras declarações, comemorou muito a vitória no maior centro urbano do Equador, com cerca de 2,3 milhões de habitantes à beira do rio Guayas.
"O "sim" ganhou claramente em Guayaquil, de forma retumbante. Negar isso é negar a realidade", disse Correa, em entrevista a uma TV local.
O triunfo de Correa na chamada "batalha de Guayaquil" representa também uma importante vitória sobre o prefeito da cidade, o opositor Jaime Nebot, que se transformou na principal referência da oposição durante a campanha.
Ex-candidato presidencial, Nebot disse no início do mês que não se recandidataria à Prefeitura caso o "sim" vencesse na sua cidade, transformando o referendo num plebiscito sobre a sua administração. Pelo regime de transição da nova Constituição, haverá eleições para todos os cargos, provavelmente no final de janeiro.
Em suas primeiras declarações ontem, Nebot disse que "o Equador se equivocou" ao aprovar a Constituição, mas que esperará os resultados oficiais antes de definir o seu futuro político.
Sobre o adversário, Correa declarou que "sempre estamos dispostos ao diálogo em todos os setores, na base de princípios éticos, isso sim". "Que não venham delinqüentes, que não se apresentem posturas imorais, mas todos os atores legítimos, representativos, com propostas para a pátria. Jamais fechamos a porta. Pergunte ao advogado Nebot quando foi que ele pediu para dialogar e nós dissemos não", disse o presidente, em entrevista coletiva.
O maior reduto eleitoral de Correa tem sido o altiplano, onde está a capital, Quito. Na pouco povoada Amazônia equatoriana, sua principal oposição é liderada pelo ex-presidente Lucio Gutiérrez, deposto em 2005. Mesmo assim, a Carta foi aprovada em todas as Províncias do país. (FM)


Texto Anterior: Equador aprova Carta com 63%, diz projeção
Próximo Texto: Pontos incomuns marcam texto referendado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.