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Presidente vence também em reduto opositor
DO ENVIADO A QUITO
O presidente equatoriano,
Rafael Correa, conseguiu também vencer na litorânea Guayaquil, maior cidade do país e
importante reduto da oposição,
onde o "não" era apontado como favorito em levantamentos.
Segundo boca-de-urna do
instituto Cedatos, o "sim" à nova Carta obteve 49,9% dos votos, contra 44,8% para o "não",
uma diferença mais apertada
do que os números nacionais.
Preocupado com a possibilidade de a região se transformar
num foco da oposição regional
parecido a Santa Cruz, na Bolívia, Correa praticamente não
saiu da cidade nos últimos dias,
com o objetivo de mudar a tendência de voto ali.
Assim, o presidente passou
todo o dia de ontem em Guayaquil, onde nasceu.
Nas primeiras declarações,
comemorou muito a vitória no
maior centro urbano do Equador, com cerca de 2,3 milhões
de habitantes à beira do rio
Guayas.
"O "sim" ganhou claramente
em Guayaquil, de forma retumbante. Negar isso é negar a realidade", disse Correa, em entrevista a uma TV local.
O triunfo de Correa na chamada "batalha de Guayaquil"
representa também uma importante vitória sobre o prefeito da cidade, o opositor Jaime
Nebot, que se transformou na
principal referência da oposição durante a campanha.
Ex-candidato presidencial,
Nebot disse no início do mês
que não se recandidataria à
Prefeitura caso o "sim" vencesse na sua cidade, transformando o referendo num plebiscito
sobre a sua administração. Pelo
regime de transição da nova
Constituição, haverá eleições
para todos os cargos, provavelmente no final de janeiro.
Em suas primeiras declarações ontem, Nebot disse que "o
Equador se equivocou" ao
aprovar a Constituição, mas
que esperará os resultados oficiais antes de definir o seu futuro político.
Sobre o adversário, Correa
declarou que "sempre estamos
dispostos ao diálogo em todos
os setores, na base de princípios éticos, isso sim". "Que não
venham delinqüentes, que não
se apresentem posturas imorais, mas todos os atores legítimos, representativos, com propostas para a pátria. Jamais fechamos a porta. Pergunte ao
advogado Nebot quando foi que
ele pediu para dialogar e nós
dissemos não", disse o presidente, em entrevista coletiva.
O maior reduto eleitoral de
Correa tem sido o altiplano, onde está a capital, Quito. Na pouco povoada Amazônia equatoriana, sua principal oposição é
liderada pelo ex-presidente Lucio Gutiérrez, deposto em
2005. Mesmo assim, a Carta foi
aprovada em todas as Províncias do país.
(FM)
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