São Paulo, terça-feira, 29 de setembro de 2009

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Jobim descarta ação militar e diz que solução é diplomática

DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que o Brasil não estuda a possibilidade de enviar militares a Honduras, caso haja uma invasão à embaixada brasileira no país. Ele afirmou que "a solução é exclusivamente diplomática".
Jobim afirmou não acreditar que Honduras proíba a saída de brasileiros do país, mesmo que acabe, como ameaçou, com a inviolabilidade diplomática da embaixada, que abriga há nove dias o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.
"O Ministério da Defesa não tem posições nesse caso. Se disser que estou preocupado, estaria dizendo que eu quero invadir Honduras. Esse não é o caso. A solução é exclusivamente diplomática", disse.
Ele afirmou também que não se cogita o uso de militares para auxiliar a retirada de brasileiros do país, em caso de agravamento da crise. "Não creio que Honduras impeça a saída de brasileiros", continuou.

Serra
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que a diplomacia brasileira se envolveu numa "tremenda trapalhada" ao abrigar Zelaya. "O Itamaraty se meteu numa trapalhada que não vai ser fácil desfazer. Espero que consiga. Não estou acompanhando em minúcias [o caso], mas estou achando que foi uma tremenda trapalhada."
Serra lembrou seu passado como exilado da ditadura brasileira (1964-1985) e da chilena (1973-1990), quando se abrigou por nove meses em embaixadas no Brasil e no Chile e disse que a situação do hondurenho não é comparável. "O que tem lá não é um asilo, do ponto de vista jurídico. É uma trapalhada", repetiu o governador.


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