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UNIÃO EUROPÉIA
Documento deverá pautar discussões sobre reformas que permitirão a entrada de novos países-membros
UE apresenta base de futura Constituição
DA REDAÇÃO
O presidente da Convenção sobre o Futuro da Europa, o ex-presidente francês Valéry Giscard
d'Estaing, apresentou ontem as
propostas de reformas concebidas pelo órgão, mas qualquer sugestão de formação de um tipo de
"Estados Unidos da Europa" foi
rapidamente rechaçada pelo governo britânico.
Giscard d'Estaing apresentou o
documento, que foi redigido após
meses de discussões e de negociações, em Bruxelas. A Comissão
sobre o Futuro da Europa tinha a
incumbência de propor um cronograma para a transformação
político-institucional da União
Européia para permitir a adesão
de ao menos dez novos países-membros, a maioria do Leste Europeu, em 2004.
"Precisamos de um tratado
constitucional para marcar o início de uma Europa renovada, que
aceitará a entrada de novos membros. Uma Europa na qual todos
os cidadãos se reconhecerão como europeus", afirmou Giscard
d'Estaing.
O texto é uma espécie de rascunho que servirá de base para as
negociações que ocorrerão em
Copenhague, em dezembro. Ele
não toma posição sobre temas delicados, como a força que terá o
presidente do Conselho da UE.
Porém o documento tem o apoio
da presidência da Convenção sobre o Futuro da Europa.
Os autores do texto foram obrigados a fazer concessões tanto aos
partidários de uma UE mais federalista quanto àqueles que defendem que os Estados do bloco devem manter seu poder nacional,
não abrindo mão de parte de suas
atribuições tradicionais.
Em alguns casos, o documento
se limita a sugerir os capítulos e
seu conteúdo, mas não sugere que
nada seja implementado.
Mas o primeiro capítulo do texto já deu munição tanto aos federalistas quanto aos nacionalistas.
Sem apoiar nenhum nome, o documento diz que o bloco continental poderia chamar-se Comunidade Européia, União Européia
ou Estados Unidos da Europa.
O governo britânico reagiu imediatamente à proposta, afirmando não aceitar o terceiro nome.
"Não há nenhuma chance de que
o bloco venha a ser chamado de
Estados Unidos da Europa. Ele
continuará a ter o nome de União
Européia", disse um representante do Reino Unido.
Outros pontos importantes do
documento são a proposta de
criação de uma carta dos direitos
fundamentais dos "cidadãos europeus" e a de que os habitantes
dos países do bloco tenham dupla
cidadania: uma de seu país de origem, outra da UE.
O texto também apresenta um
modo como os países-membros
poderiam deixar o bloco (se desejassem) e a idéia da formação de
um congresso que incluiria membros do Parlamento Europeu e do
Legislativo dos Estados do bloco.
O Congresso dos Povos da Europa, nome sugerido pelo documento, não teria o direito de legislar, mas poderia monitorar as diretivas estratégicas do bloco, de
acordo com a proposta apresentada por Giscard d'Estaing.
O texto também inclui a possibilidade de que haja um presidente fixo do Conselho da UE, sugestão apoiada pela França, pela Espanha e pelo Reino Unido. Porém
Estados menores do bloco temem
perder parte de sua influência
atual para os países maiores caso
ela seja adotada.
A Constituição Européia, que
terá esse documento como base,
deverá substituir tratados e acordos que regem a UE atualmente.
Com agências internacionais
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