São Paulo, quarta-feira, 29 de outubro de 2008

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GUERRA SUJA

EUA devem interromper ajuda militar à Colômbia, diz Anistia

DA REDAÇÃO

Num duro relatório divulgado ontem, a Anistia Internacional cobrou que EUA e outros países interrompam o envio de ajuda militar à Colômbia, além da venda direta de armas ao país, até que as forças de segurança parem de matar civis e o governo Álvaro Uribe acate recomendações da agência de direitos humanos da ONU.
A ONG argumenta que, se os seqüestros estão em queda na Colômbia, aumentaram as execuções extrajudiciais, por ação direta de policiais e soldados, e a população deslocada pelo conflito.
Os EUA, principais aliados de Uribe, já transferiram a Bogotá US$ 5 bilhões desde 2000, a maioria em ajuda militar. Ontem, o Departamento de Estado reafirmou: a performance de Bogotá melhorou muito, mas há trabalho a ser feito.
O relatório da Anistia repete críticas ao governo Uribe que alimentam a rejeição da maioria democrata do Congresso dos EUA - e do candidato oposicionista à Presidência, Barack Obama- ao acordo de livre-comércio entre os dois países.
O informe da ONG coincidiu com divulgação de uma carta do secretariado das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na qual a guerrilha se diz disposta a negociar a troca de seqüestrados por guerrilheiros presos, desde que os interlocutores não sejam do governo: menciona intelectuais colombianos e "a maioria dos presidentes latino-americanos".
O comunicado tem data de 16 de outubro -antes da libertação do ex-deputado Oscar Lizcano, com ajuda de um desertor. Não cita condições para a negociação, nem faz propostas programáticas, em mais um sinal das péssimas condições do grupo. É improvável que o governo aceite mediação.

Com agências internacionais



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