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Síria protesta e fecha escola americana
Para EUA, operação de domingo em território sírio matou agente da Al Qaeda que infiltrava terroristas no Iraque; Damasco nega
Além de escola, regime fecha centro cultural ligado à representação americana; Damasco insiste que só foram vitimados civis
DA REDAÇÃO
O governo sírio anunciou ontem o fechamento, até segunda
ordem, de uma escola e de um
centro cultural mantidos em
Damasco pela embaixada americana. É uma forma de protesto contra a incursão, no domingo, de forças dos Estados Unidos contra seu território, que
terminou com a morte de oito
supostos civis, entre eles, insistiu o governo, quatro crianças.
Um informante americano
não identificado disse à Associated Press que o alvo bem-sucedido da operação foi Abu
Ghadiya, um ex-adjunto de Abu
Musab al Zarqawi, o chefe das
operações da Al Qaeda no Iraque, morto em 2006.
Ghadiya, cujo verdadeiro nome seria Badran Turki Hishan
Al Mazidih, era o encarregado
da infiltração em solo iraquiano de extremistas islâmicos
que faziam escala na Síria. A
operação que o matou no domingo foi precipitada por informações de que ele comandaria um atentado iminente.
O informante disse por fim
que o comando americano no
Iraque informara Damasco sobre o rastreamento de Ghadiya,
mas o governo sírio respondeu
que as movimentações daquele
cidadão estavam sendo devidamente monitoradas.
Damasco nega versão
A versão de que o terrorista
da Al Qaeda era o alvo do Pentágono foi negada pelo ministro
sírio das Relações Exteriores,
Walid al Moualen. Ele disse, retomando a versão inicial de seu
país, que um homem e seus três
filhos mortos não podem ser
qualificados de terroristas. A
incursão ocorreu às 16h15, no
vilarejo rural de al-Sukkari,
imediações de Albou Kamal,
junto à fronteira com o Iraque.
O fechamento da escola e do
centro cultural americanos em
Damasco foi determinado pelo
primeiro-ministro sírio, Naji
Otari. Mas a Associated Press
constatou, horas depois, que as
aulas no período da tarde prosseguiram normalmente, no
bairro de Maliki. A escola é freqüentada por crianças americanas e estrangeiras, em geral
de outros países árabes.
Os Estados Unidos não têm
embaixador em Damasco desde 2005, quando do atentado
em Beirute, com suposta participação síria, que matou o ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri. A representação, diplomaticamente rebaixada, é
chefiada desde então por um
encarregado de negócios.
Em Washington, o Departamento de Estado não quis comentar as medidas de retaliação sírias porque o governo
americano não foi notificado.
Nas Nações Unidas, o embaixador sírio, Bashar Jaafari, pediu que o Conselho de Segurança se posicione contra "a agressão americana".
A operação de domingo, diz a
Associated Press, levou os EUA
a neutralizar bases terroristas
no território de um país com o
qual não estão em guerra. É o
caso também de um aliado de
Washington, o Paquistão.
Tais incursões realimentam
o sentimento antiamericano e
permitem que os países atingidos evoquem a violação de suas
soberanias. Mas o risco da administração Bush foi pensado
diante da possibilidade de tais
países zerarem suas mágoas a
partir de janeiro, quando já estará empossado um novo presidente na Casa Branca.
Com agências internacionais
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