São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011 |
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ANÁLISE Para chineses, o resgate europeu é um inesperado bom negócio NICK EDWARDS DA REUTERS, EM PEQUIM A China pode estar prestes a fechar o negócio do século.Por uma fração do trilhão de euros necessário para resolver a confusão da dívida da Europa, pode ganhar crédito diplomático tremendo por ajudar a acabar com a crise e satisfazer sua agenda de redução do domínio do dólar no comércio mundial. Qualquer contribuição para o resgate da zona do euro é repleta de riscos, mas para a China, dizem muitos, as vantagens pesam muito mais. Entre as muitas motivações chinesas, como apoiar a recuperação de seu maior mercado de exportação e proteger o valor de seus 600 bilhões em dívida soberana, ser saudada como banqueira do mundo é das mais fortes. Pequim, que já goza desse status na Ásia, desfrutou o papel de salvadora antes: não desvalorizou o yuan quando as moedas de seus competidores regionais desabavam e, no auge da recessão de 2008, anunciou pacote de estímulo doméstico de 4 trilhões de yuans, que manteve a economia global em movimento. Ontem, as autoridades chinesas se mostraram cautelosas, como de hábito. O vice-ministro das Finanças, Zhu Guangyao, disse que a China quer detalhes sobre os planos para reforçar o fundo da zona do euro antes de decidir se compromete mais capital. Li Daokui, do banco central chinês, resume: "É do interesse intrínseco da China ajudar a Europa, nossa maior parceira comercial. Mas a maior preocupação do governo chinês é como explicar a decisão a seu povo. A última coisa que o governo deseja é jogar fora a riqueza do país". Mesmo que fosse muito mais modesto que o de 2008, um investimento chinês grande, que reforçasse o fundo já existente, seria um sinal claro de fim da crise, algo que os líderes da Europa querem desesperadamente transmitir. Tradução de CLARA ALLAIN Texto Anterior: Itália abala euforia após pacote europeu Próximo Texto: Gastos do consumidor sobem pelo segundo mês consecutivo nos EUA Índice | Comunicar Erros |
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