São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011

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Coroa britânica abre caminho a mulheres

Decisão tomada ontem e impulsionada pela união de William e Kate elimina primazia de filhos homens na sucessão

Rainha não comenta a medida, mas defendeu "formas de permitir que mulheres exerçam em plenitude o seu papel"

GABRIELA MANZINI

EM LONDRES

Os líderes dos 16 países que têm a rainha Elizabeth 2ª como chefe de Estado deram aval ontem para uma reforma legislativa que permitirá que a filha de um monarca seja coroada, mesmo se tiver irmãos mais novos.
Atualmente, uma mulher só ascende ao trono britânico se não houver filhos homens na linha sucessória-foi o que ocorreu à própria Elizabeth, em 1953.
Debatido há anos, o assunto voltou à tona em abril, com o casamento entre o príncipe William e a plebeia Kate Middleton. Ele é atualmente o segundo na linha de sucessão, atrás do pai, Charles.
O acordo fechado ontem não possui efeito retroativo.
"Em resumo, se o duque e a duquesa de Cambridge [os títulos oficiais de William e Kate] tiverem uma menininha, ela um dia será a nossa rainha", explicou o premiê britânico, David Cameron.
O Palácio de Buckingham não comentou a decisão, dizendo tratar-se de um "assunto dos governos".
Mas, pouco antes do anúncio, a rainha havia discursado e defendido que se encontrem "formas de permitir que todas as meninas e mulheres exerçam em plenitude o seu papel" na sociedade.
"Para nossa mentalidade moderna, essas parecem mudanças simples e racionais. Mas isso não significa que devamos subestimar seu significado histórico", disse Julia Gillard, premiê da Austrália.
Outra mudança aprovada pelos líderes prevê o fim do veto ao casamento do monarca com um católico romano. Mas permanece intacta a proibição de que católicos romanos cheguem ao trono, já que o monarca é também o chefe da Igreja Anglicana.
O arcebispo católico romano de Westminster, Vincent Nichols, saudou o fim de uma "injusta discriminação". Foi aprovada ainda alteração na obrigação de que o monarca dê autorização para casamentos da família real, que datava do final do século 18.
As regras a serem alteradas não constam de apenas uma lei, mas de jurisprudências que datam do século 17.
Uma comissão liderada pela Nova Zelândia ficará a cargo de levantar exatamente que mudanças serão necessárias nas leis de todas as nações envolvidas para implementar as reformas.
O Reino Unido deverá ser o primeiro a adaptar-se. Cameron disse que apresentará projeto ao Parlamento nesse sentido já na próxima sessão.


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