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PERFIL
Straw decide sobre extradição
da "Reuters"
O governista linha-dura britânico Jack Straw, um ativista estudantil durante o período de protestos contra ditadores de direita, é o homem que deve decidir o
destino de uma das figuras legendárias mais odiadas pela esquerda.
A Câmara dos Lordes britânica
decidiu na última quarta-feira
que o ex-ditador chileno Augusto Pinochet pode ser extraditado
para a Espanha para ser julgado
por assassinato e genocídio, deixando a questão nas mãos de
Straw, o ministro do Interior do
governo trabalhista britânico.
Ciente do embaraço que causou a prisão de Pinochet, Straw
chegou a sugerir no mês passado
que o general de 83 anos poderia
ser mandado para casa por razões humanitárias.
É ironia que aquele Straw, presidente da União Nacional dos
Estudantes nos anos 60, deva decidir o destino do ex-ditador.
O jovem Straw de vinte e poucos anos estava em Paris quando
estudantes franceses enfrentaram a polícia e companheiros
seus marcharam para a Embaixada dos Estados Unidos em
Londres para protestar contra a
Guerra do Vietnã.
Muitos membros do governo
do primeiro-ministro Tony Blair
foram ativistas estudantis durante os anos 60 e agora encontram suas credenciais esquerdistas sob avaliação.
Mas o jovem Straw de aparência hippie sempre escondeu uma
atitude moral fora de moda. Talvez o único em sua geração, ele
nunca fumou maconha.
Straw cultivou uma imagem
austera durante os anos e isso se
tornou um ingrediente vital para
eleger Tony Blair em maio do
ano passado com ampla maioria
no Parlamento britânico.
Como ministro do Interior do
primeiro governo de esquerda
em 18 anos, Straw é tudo menos
sentimental em relação aos criminosos. Até quando estava na
oposição, Straw pregou sua política de "tolerância zero" em relação aos crimes.
Mesmo quando seu filho William, 17, foi acusado por um jornalista de ter comprado maconha em um bar no início do ano
passado, sua reputação não foi
prejudicada.
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