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Desordem gera saques e reaparição do mercado de armas; naufrágio mata 17
DA REDAÇÃO
Milicianos leais aos chefes de
clãs reapareceram ontem uniformizados pelas ruas de Mogadício. Segundo a agência
Reuters, eles lembram os períodos de saques e de caos.
"A incerteza está no ar, e meu
medo é que a cidade mergulhe
novamente na anarquia", disse
Muktar Adbi, um morador da
cidade. Um outro, Abdullahi
Adow, disse ter presenciado
três homens e uma mulher serem mortos durante uma operação de saque.
Ao longe, disparos de metralhadora; pelas ruas, pessoas
carregando mercadorias saqueadas de um mercado.
A cidade com seus 2 milhões
de habitantes estava inundada
por boatos. Um deles dizia que
os tribunais islâmicos haviam
apenas caído com seus arsenais
na clandestinidade e tentariam
reassumir o controle.
Ao largo, afastavam-se pelo
mar dezenas de botes carregados de refugiados. Na quarta-feira pelo menos 17 se afogaram
e 140 estavam desaparecidos
depois que embarcações naufragaram no litoral do Iêmen,
segundo o Alto Comissariado
de Refugiados da ONU. Houve
tiroteio entre os ocupantes dos
barcos e militares iemenitas.
Em Mogadício, poucos permaneciam em suas casas. Rukia Shekeye era um deles. Ele
afirmou estar "satisfeitíssimo"
com o fim do poder islâmico,
porque, segundo ele, em nome
da religião todos procuravam
apenas enriquecer.
Outro cidadão, Abdi Hassan,
disse que seu plano imediato
era "comprar algumas metralhadoras" para proteger seus
familiares.
O indício de que os arsenais
islâmicos estavam sendo saqueados era dado por uma mulher já idosa, com uma metralhadora sobre os ombros. Ela
estava vendendo a arma.
Há pouco mais de seis meses
os Tribunais Islâmicos tinham
certa popularidade. Mas fecharam os cinemas e proibiram
que se assistisse à televisão. E
ainda proibiram o "qat", folha
de mascar com efeitos tranqüilizantes.
Com agências internacionais
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