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Afeganistão adia em quatro meses eleição do sucessor de Hamid Karzai
Mandato expira em maio; Comissão Eleitoral alega problema de segurança
DA REDAÇÃO
A Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão anunciou ontem que, por questões
financeiras, logísticas e de segurança, as eleições presidenciais foram adiadas para 20 de
agosto. De acordo com a Constituição afegã, elas deveriam
ocorrer em abril, entre 30 e 60
dias antes de expirar o mandato
do atual presidente, Hamid
Karzai, em 22 de maio.
Segundo Azizullah Lodin, diretor da Comissão Eleitoral, a
ideia é permitir que o reforço
de 30 mil soldados prometido
pelos EUA chegue ao país, a fim
de garantir a segurança do pleito. Parlamentares, no entanto,
disseram que o atraso é inconstitucional e que criará um vazio
de poder.
Lodin diz temer que afegãos
que vivem nos distritos mais
violentos, no sul do país, não
possam participar da votação.
Calcula-se que 70% do território afegão tenha hoje penetração de insurgentes do grupo
fundamentalista Taleban, derrubado do poder pela invasão
americana de 2001.
Os cerca de 60 mil soldados
estrangeiros hoje no país, incluindo tropas americanas e de
outros países da Otan (aliança
militar ocidental), não têm
conseguido conter o avanço do
Taleban, acusado de dar proteção a integrantes da Al Qaeda.
Karzai -que já mostrou intenção de concorrer à reeleição- não se pronunciou ontem. Na última semana, jornais
britânicos e americanos relataram que o governo de Barack
Obama estaria interessado na
substituição do presidente afegão, que tem se mostrado crítico do aumento de tropas estrangeiras no país e dos bombardeios ao Taleban que fazem
vítimas civis.
Na sua audiência de confirmação no Senado dos EUA, a
nova secretária de Estado, Hillary Clinton, criticou a violência e o aumento do narcotráfico
no Afeganistão e chamou de
fraca a liderança do país. Na semana passada, quatro dirigentes afegãos que formariam uma
frente eleitoral contra Karzai
tiveram uma reunião com integrantes do governo Obama.
Com agências internacionais
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