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análise
Juristas vêem razão política para a crise
DA REDAÇÃO
Quando, em junho de
2004, oito militares britânicos foram detidos por
terem entrado em águas
territoriais iranianas, Teerã ameaçou levá-los a julgamento. Mas recuou e os
libertou após quatro dias.
"Juridicamente, o caso é
bem parecido com o de
agora. A diferença é que,
hoje, as tensões entre os
dois países são maiores",
afirma o especialista em
direito internacional Tarciso Jardim, consultor do
Senado brasileiro. "É uma
medida mais política do
que jurídica."
Caso o Irã esteja correto
e os britânicos tiverem invadido o mar territorial
iraniano, o país tem o direito de deter a tripulação.
Mas o desfecho do episódio depende dos interesses dos países envolvidos.
"Neste caso, há uma intenção de explorar o incidente, que parece pequeno, mas está no meio de
vários fatores explosivos,
como a guerra no vizinho
Iraque e as sanções impostas ao Irã", afirma Paulo
Casella, professor de direito internacional da Universidade de São Paulo.
Casella relembra um fato ocorrido neste mês: soldados suíços se perderam
e entraram no território
do Liechtenstein. Ao perceberem o erro, os militares se desculparam e voltaram para casa. "Nenhuma das partes tinha interesse em polarizar o incidente", afirma Casella.
Os 15 marinheiros britânicos foram detidos há oito dias. "A detenção precisa ter limites. O ideal seria
libertá-los depois que
prestassem depoimento."
(RENATA SUMMA)
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