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AULA PRÁTICA
Ato contra o extremista foi o primeiro na capital depois do fim de férias escolares
Marcha estudantil contra candidato em Paris reúne 40 mil
DA REDAÇÃO
Pelo menos 40 mil estudantes
participaram ontem de uma
manifestação em Paris contra o
candidato da extrema direita à
eleição presidencial, Jean-Marie
Le Pen. Os estudantes marcharam pelo centro de Paris por
cerca de duas horas, na primeira
grande manifestação estudantil
em Paris após duas semanas de
férias escolares.
Dezenas de policiais acompanharam a passeata, que terminou sem incidentes. Segundo os
organizadores, havia 80 mil pessoas na manifestação. Para a polícia, havia a metade.
Para amanhã, os organizadores de uma grande manifestação
anti-Le Pen esperam uma participação ainda maior entre os
500 mil estudantes universitários e 400 mil secundários de Paris. Na quinta passada, cerca de
330 mil jovens se manifestaram
contra Le Pen em todo o país.
Durante a manifestação de ontem, adolescentes jovens demais
para votar atribuíram aos adultos a responsabilidade sobre a
realização do segundo turno
com a presença de Le Pen.
"Não consigo compreender
por que as pessoas que têm idade para votar não foram votar.
Eu espero que eles tomem consciência no segundo turno", afirmou Yael Flauders, 16.
"É repugnante. Mas os protestos têm mostrado que os jovens
franceses não toleram o racismo. Acho que nós aprendemos
a lição de que é essencial votar",
disse ela, em meio aos gritos de
"Não ao fascismo".
"Os jovens estão aqui para dizer que não querem o perigo de
Le Pen, que é antidemocrático,
anti-social e xenófobo", afirmou
Eugénie Ravon, presidente da
FIDL, associação estudantil co-organizadora da manifestação.
Maio de 68
A onda de protestos espontâneos que tomou conta da França
desde a votação de 21 de abril,
com a presença de até 350 mil
pessoas, vem gerando comparações com as manifestações estudantis de maio de 1968 contra o
governo. Pesquisas e meios de
comunicação vêm mostrando
uma explosão nas solicitações
para votar por procuração e nas
filiações aos partidos.
"Após ver a ascensão da Frente Nacional [partido de Le Pen",
nossa geração sempre vai lembrar que a política é importante", disse Amanda Tishit, 15.
"Ninguém vai poder acusar os
jovens franceses de apáticos outra vez."
A Universidade de Paris (Sorbonne) fez ontem um pedido
público aos seus estudantes e funcionários para votar em Chirac para "proteger os valores democráticos".
Com agências internacionais
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