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Perfil
Deposto é fazendeiro e neochavista
DO ENVIADO A TEGUCIGALPA
Filho de fazendeiro, o
presidente deposto de
Honduras, Manuel Zelaya,
56, foi eleito em 2005 pelo
tradicional Partido Liberal (centro-direita), fundado em 1891 e que se reveza
no poder com o Partido
Nacional desde a redemocratização, em 1981.
Dono de boa retórica,
ele é conhecido pelos longos discursos, pelo inseparável chapéu de fazendeiro e pelo espesso bigode.
Para se eleger, usou como
plataforma o combate à
violência e à corrupção.
Nas duas áreas, houve
poucos avanços. Não faltam casos de corrupção
envolvendo membros do
governo, e a violência aumentou durante seu mandato, fazendo de Honduras um dos países mais
violentos do continente.
A grande diferença de
Zelaya em relação aos antecessores começou com a
aproximação com o venezuelano Hugo Chávez, isso
num país sob histórica influência norte-americana.
No início, não houve
atritos. A entrada do país
na Alba, bloco predominantemente de esquerda
liderado pela Venezuela,
teve o apoio inicial do Partido Liberal, que aprovou
o ingresso no Congresso
no ano passado. O realinhamento diplomático
rendeu uma generosa ajuda econômica a Honduras,
como a doação de tratores
e venda de petróleo em
condições facilitadas.
Por outro lado, a aproximação com Caracas coincidiu com práticas que
lembravam o mandatário
venezuelano: Zelaya passou a usar cada vez mais
cadeias obrigatórias de rádio e TV em que criticava a
elite à qual pertence.
Ele também começou a
defender uma nova Assembleia Constituinte, repetindo governos de outros países da Alba, como
Venezuela e Bolívia.
O final do seu governo
foi marcado por um isolamento dentro das fileiras
do Partido Liberal, ao
mesmo tempo em que
passou a ter apoio das pouco relevantes organizações de esquerda hondurenhas.
(FM)
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