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ORIENTE MÉDIO
É a primeira ação do grupo em quatro meses; Israel se desculpa por morte de quatro civis na faixa de Gaza
Hizbollah ataca posições de Israel, que sobrevoa Beirute
DA REDAÇÃO
A guerrilha xiita libanesa Hizbollah disparou foguetes e morteiros ontem contra posições militares de Israel na fronteira com o
Líbano, ferindo três soldados
-um deles gravemente- e provocando retaliação da Força Aérea israelense, que chegou a sobrevoar a capital do Líbano, Beirute.
Foi o primeiro ataque do gênero
do Hizbollah em quatro meses. O
ministro da Defesa de Israel, Binyamin ben Eliezer, advertiu as autoridades de Beirute e de Damasco a não "brincar com fogo" provocando o seu país. A Síria, junto
com o Irã, patrocina os guerrilheiros e controla a política libanesa.
Em resposta ao ataque, dois caças israelenses bombardearam
posições do Hizbollah perto do
vilarejo de Kfar Chouba.
O incidente ocorreu na região
das Fazendas de Cheba, território
ocupado por Israel na guerra de
1967. O Hizbollah afirma que o local pertence ao Líbano e que combate para recuperá-lo, enquanto o
governo israelense diz que as terras eram da Síria antes de serem
tomadas. A ONU atesta a versão
israelense e afirma que sírios e israelenses devem negociar o futuro das Fazendas de Cheba.
Gaza
O governo israelense disse ontem lamentar a morte de quatro
palestinos de uma mesma família
-uma mãe, dois filhos e um de
seus primos- num disparo de
tanque na faixa de Gaza. O grupo
extremista islâmico Hamas prometeu vingança.
Ben Eliezer se desculpou pela
morte de "palestinos inocentes"
durante incursão militar em
Sheikh Ijleen e ordenou o início
de uma investigação do Exército
sobre o ocorrido.
"Membros de uma família foram mortos a sangue frio", disse
Mahmoud al Zahar, um dos líderes do Hamas, ao lado dos corpos
das vítimas no necrotério do principal hospital de Gaza. "Quando
há morte de civis palestinos, Israel
pode esperar a morte de seus civis", afirmou.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser
Arafat, disse em comunicado que
o ataque foi "um crime deliberado
com o objetivo de sabotar os esforços de paz de nossos amigos, o
quarteto [grupo de mediadores
internacionais" e a iniciativa de
paz árabe".
A ANP disse que não participaria de encontro para discutir com
Israel questões de segurança em
razão da morte dos quatro.
O diálogo teria como objetivo
ampliar a implementação do
acordo "Gaza Primeiro", firmado
na semana passada, que prevê a
retirada de tropas israelenses de
áreas ocupadas sob a condição de
que os palestinos controlem as
ações de grupos terroristas nessas
regiões.
Dois garotos palestinos morreram, aparentemente atingidos
por disparos de tropas israelenses
na região de fronteira entre a faixa
de Gaza e o Egito. Sete pessoas ficaram feridas.
O Exército de Israel disse ter
descoberto um túnel usado para o
contrabando de armas através da
fronteira, escondido dentro de
uma casa. Enquanto os soldados
agiam para tapar o túnel, teriam
sido atacados a tiros e granadas.
Os dois jovens, na versão israelense, morreram quando as tropas
reagiram ao ataque.
Nablus
Testemunhas em Nablus, na
Cisjordânia, disseram que soldados israelenses detonaram explosivos dentro o principal edifício
governamental palestino na cidade. Antes, tanques abriram fogo
contra o prédio. Não houve feridos. Aparentemente ninguém estava no local no momento das explosões.
Pelo menos 1.517 palestinos e
589 israelenses já morreram na
Intifada (levante palestino contra
a ocupação), iniciada em setembro de 2000 após o colapso nas
negociações de paz.
Com agências internacionais
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