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Dividida, oposição facilita ratificação de líder
DO ENVIADO A QUITO
Sem nenhum nome de nível
nacional, a oposição dificilmente será um desafio nas eleições presidenciais do início do
ano que vem, quando Rafael
Correa deverá se apresentar
para ser ratificado no cargo.
Atualmente, o principal opositor a Correa é o prefeito de
Guayaquil, Jaime Nebot, que
deve tentar se reeleger nas eleições gerais, que serão no final
de janeiro ou em fevereiro.
"Nebot não tem uma agenda
nacional, e a oposição está muito dividida. Neste momento,
não se percebe uma oposição
com possibilidades de ganhar
do presidente", disse à Folha
Walter Spurrier, diretor do
Análise Semana, publicação
voltada ao meio empresarial,
com sede em Guayaquil.
Para o analista, a crise da
oposição é resultado da instabilidade política dos governos
pré-Correa -os três presidentes eleitos anteriores a ele não
terminaram seus mandatos,
reforçando o discurso do líder
esquerdista contra a "velha
partidocracia".
Um dos principais líderes da
oposição, o ex-candidato presidencial León Roldós (Esquerda
Democrática, centro-esquerda), afirma que a diminuição
dos espaços da oposição se deve ao desequilíbrio de forças
com o governo.
"Durante a campanha, ele
não respeitou nenhuma regra,
nenhuma lei. A porcentagem
[da vitória do "sim" no referendo] não assusta, o tema é se estamos vivendo num Estado de
Direito", disse ontem à Folha.
Roldós, que participou da Assembléia Constituinte, descartou se candidatar nas eleições
gerais. "Eu não serei candidato
a nada. Eu me dedicarei a uma
investigação para provar que a
nova Carta é uma fraude e que
o povo equatoriano não votou
livremente, foi vítima de uma
campanha multimilionária".
De acordo com Spurrier, na
ausência de uma oposição nacional, o grande risco para Correa é o recrudescimento da resistência a ele em Guayaquil,
principal pólo econômico do
país e historicamente refratário ao centralismo de Quito.
"Quanto mais o Estado move
a economia, mais ausente fica
Guayaquil do benefício econômico. Quando o governo central tem força demais, aqui se
sente que começa a haver dificuldades econômicas" afirma.
De acordo com analistas,
Correa, além de ser o franco favorito à reeleição presidencial,
também deve obter uma ampla
maioria no futuro Congresso.
O presidente equatoriano também obteve folgadas vitórias
no referendo que convocou a
Assembléia e na eleição dos
constituintes.
(FM)
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