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SUCESSÃO NOS EUA / CONTROLE DE DANOS
Biden treina para evitar sexismo em debate
Candidato a vice de Obama, conhecido por gafes, enfrenta nesta quinta Sarah Palin
Republicana, considerada fraca em política externa, também toma aulas para encontro com senador, que preside grupo sobre o tema
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Para evitar seus habituais
deslizes verbais, o candidato
democrata a vice-presidente
dos EUA, Joe Biden, está sendo
orientado por uma tropa de elite de seu partido. As senadoras
Hillary Clinton, Barbara Boxer
e Dianne Feinstein estão treinando o companheiro de chapa
de Barack Obama para que enfrente uma mulher em um debate sem parecer machista ou
excessivamente agressivo.
Biden duelará nesta quinta
com a governadora do Alasca,
Sarah Palin, candidata a vice do
republicano John McCain.
O debate -que abordará temas variados e será o único entre Biden, 65, e Palin, 44, antes
da eleição de 4 de novembro-
ocorrerá na Universidade Washington, em St. Louis (Missouri). Depois de um debate morno
entre os cabeças-de-chapa na
última sexta, o evento dos vices
assumiu importância especial
para as campanhas, sobretudo
a republicana, que vem ficando
para trás em pesquisas conforme avança a crise econômica.
Biden preside a Comissão de
Relações Internacionais do Senado; já Palin tirou seu primeiro passaporte no ano passado e
acaba de enfrentar entrevistas
catastróficas, em que foi criticada por suposta incoerência e
falta de profundidade em economia e relações exteriores.
Preparação
Ainda assim, o terreno apresenta dificuldades para o democrata, pois ele é conhecido
por suas gafes, e a candidata republicana é considerada "simpática e verdadeira" por boa
parte do eleitorado. A linha entre o ataque político e o que críticos verão como machismo será tênue -ainda mais após os
republicanos terem adotado o
argumento do sexismo para refutar críticas a sua candidata.
Palin -temida inclusive no
partido por sua inabilidade em
política externa- está em uma
maratona de preparações para
o debate. O diretor da campanha de McCain, Rick Davis, e
Steve Schmidt, conselheiro republicano, planejaram sessões
de treinamento intensivas.
"Estou esperando ansiosamente a noite de quinta (...) para conhecer Biden", afirmou
ela ontem em comício em Ohio.
"Nunca o encontrei, mas ouço
falar de seus discursos no Senado desde a segunda série", afirmou, frisando a diferença geracional. "Devo admitir que ele é
um grande debatedor e parece
ter uma confiança danada."
A preparação incluiu encontros com chefes de Estado durante a 63ª Assembléia Geral da
ONU, em Nova York, na semana passada -como o presidente afegão, Hamid Karzai, e o colombiano, Álvaro Uribe- e
conversa com o ex-secretário
de Estado Henry Kissinger.
Estrategistas democratas
aconselharam Biden a ignorá-la no palco. Seu objetivo seria
se concentrar em conseguir
uma conexão com eleitores
sentados em suas salas de estar
e deixar claro que é um deles.
Mas, para frustração dos que
aguardavam uma troca de argumentos mais fluida entre os
vices, o debate desta semana
adotará moldes mais rígidos do
que o de McCain e Obama.
A pedido dos republicanos,
que temiam que sua candidata
passasse a maior parte do tempo na defensiva, a Comissão de
Debates Presidenciais adotou o
formato tradicional, com uma
pergunta do mediador seguida
por dois minutos de resposta.
Não haverá, assim, os cinco minutos de livre embate vistos no
evento dos cabeças-de-chapa.
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