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Egito anuncia plano de central nuclear; EUA mostram apoio
Mais nove países do Oriente Médio e norte-africanos declararam
ter a mesma ambição; analistas apontam medo do Irã como razão
Ditador Mubarak diz que os
reatores visam obtenção de
energia, não de bomba, e
ficarão sob monitoramento
de agência atômica da ONU
DA REDAÇÃO
O ditador egípcio, Hosni Mubarak, anunciou ontem que seu
país pretende construir "algumas" centrais nucleares e que
elas estarão sob a supervisão da
AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica), o que indica em princípio a intenção de
não usar as instalações para
produzir a bomba atômica.
Os EUA disseram reconhecer a dimensão pacífica do programa nuclear egípcio. O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, afirmou
que seu país não levantaria objeções enquanto o Cairo se enquadrasse nas determinações
do TNP (Tratado de Não-Proliferação), que restringe o uso do
átomo para atividades como a
produção de eletricidade ou a
dessalinização da água do mar.
O Egito não está isolado entre os países árabes moderados
que visam um programa nuclear. Em novembro último o
jornal britânico "Times" informou que Argélia, Marrocos,
Arábia Saudita, Tunísia e Emirados Árabes Unidos também
haviam submetido quase simultaneamente à AIEA, ligada
à ONU, o plano de ter reatores.
Há outros planos de programas nucleares na Turquia, na
Jordânia e no Iêmen, onde em
setembro de 2006 o governo
assinou um protocolo com uma
empresa americana. A França
está interessada em fornecer
reatores atômicos à Líbia.
Recentemente, Mark Fitzpatrick, especialista em proliferação nuclear no IISS (Instituto
Internacional de Estudos Estratégicos), disse que esse grupo de países procura construir
uma "barreira de segurança"
contra o Irã, cuja capacitação
nuclear assusta o Oriente Médio e a África do Norte.
Mubarak confirmou ontem
que o projeto também obedecia
a razões do "sistema nacional
de segurança". John Wolfsthal,
também pesquisador do IISS,
disse "que tudo isso é político e
estratégico". Mohamed Abdel-Salam, do Centro Al Ahram para Estudos Políticos e Estratégicos, do Cairo, afirmou que a possibilidade de o Irã ativar em
2008 seu primeiro reator, em
Bushehr, "estimulou a sensibilidade egípcia". Teerã diz ter
fim pacífico, mas Washington e
alguns governos europeus temem que seja bélico.
Além do temor despertado
pelo Irã há também o bombardeio por Israel, em 6 de setembro, do que seria a obra civil de
uma central nuclear que a Síria
estaria construindo com a ajuda da Coréia do Norte.
Durante o fim de semana,
Mohamed El Baradei, diretor-geral da AIEA, criticou os Estados Unidos e Israel por não terem demonstrado com evidências as intenções nucleares do
regime da Síria.
Com agências internacionais
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