São Paulo, sábado, 30 de novembro de 2002

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TERROR

Eles abriram fogo contra um posto de votação do partido Likud no norte do país anteontem, deixando seis mortos

Israel demole casas de dois terroristas

DA REDAÇÃO

Tropas israelenses demoliram ontem as casas de dois palestinos que abriram fogo contra um posto de votação do Likud, partido do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, em Beit Shean, no norte de Israel. O atentado deixou seis mortos e ao menos 36 feridos. Os terroristas, que eram primos, moravam na cidade de Jalbun, na Cisjordânia.
Nas primárias do Likud, Sharon foi reeleito para liderar o partido, derrotando o ex-premiê e atual chanceler de Israel, Binyamin "Bibi" Netanyahu.
Com a vitória, Sharon permanecerá no cargo de primeiro-ministro caso o seu partido vença as eleições parlamentares em 28 de janeiro. O Likud é favorito.
O premiê terá como rival nas eleições parlamentares o líder trabalhista, Amram Mitzna, que venceu as primárias do seu partido neste mês.
A Autoridade Nacional Palestina condenou o ataque contra o posto do Likud. "Essas operações não servem à causa do povo palestino", disse em comunicado. "Pelo contrário, elas prejudicam nossa causa."
Na faixa de Gaza, dois terroristas palestinos dispararam contra o assentamento judaico de Dolah, ferindo dois trabalhadores tailandeses e um israelense. Um dos extremistas foi morto.
Uma pesquisa de opinião divulgada ontem pelo Centro Palestino para Política e Análise de Pesquisa indicou que a maioria dos palestinos é a favor de ataques contra soldados e colonos judeus na Cisjordânia e na faixa de Gaza, mas 56% deles apóiam medidas para pôr fim aos atentados dentro de Israel. A sondagem também indicou que 76% dos entrevistados querem o fim da violência por meio de um acordo.
A pesquisa, realizada entre 14 e 22 de novembro com 1.319 pessoas, tem uma margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O número dois da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, 67, disse ontem que os palestinos não têm outra alternativa a não ser "negociar" com Sharon ou "continuar a luta armada" contra Israel.
"O futuro do conflito palestino-israelense continuará pouco claro se Sharon dirigir Israel outros quatro anos", afirmou Abbas, também conhecido como Abbu Mazen, tido como um possível sucessor de Iasser Arafat na ANP.
Ao menos 1.686 palestinos e 667 israelenses foram mortos desde o início da Intifada (levante contra a ocupação israelense) em setembro de 2000.


Com agências internacionais


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