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IRAQUE NA MIRA
Grupo condiciona ajuda em eventual ofensiva; oposição iraquiana no exílio se reunirá em Londres em dezembro
Curdos exigem vaga no governo pós-Saddam
DA REDAÇÃO
O principal grupo curdo iraquiano disse ontem que não participará de uma eventual ação militar liderada pelos EUA para derrubar o ditador Saddam Hussein
se não for incluído num plano para um futuro governo do Iraque.
"Antes de nos envolvermos em
qualquer ação militar, precisamos
saber o objetivo", disse Massoud
Barzani, do Partido Democrático
do Curdistão. Barzani, um dos
dois principais líderes curdos iraquianos, disse que o grupo étnico
quer fazer parte do trabalho de
reestruturação do país após a
eventual derrubada de Saddam.
Os EUA ameaçam atacar o Iraque e derrubar Saddam se o Iraque não cooperar com a dura resolução do Conselho de Segurança da ONU que obriga a total destruição das armas de destruição
em massa do país. O Iraque nega
ter esse tipo de armamento.
A posição dos curdos, que dominam o norte do país, contraria
o desejo dos EUA de contar com
os grupos internos insatisfeitos
com Saddam para ajudar numa
eventual ação militar para derrubá-lo. A mesma estratégia funcionou com sucesso no Afeganistão,
onde o regime extremista do Taleban foi derrubado, no ano passado, pelo grupo oposicionista
Aliança do Norte, que atuou em
conjunto com os EUA.
O principal problema enfrentado no caso do Iraque são as divisões internas entre os grupos oposicionistas iraquianos e as disputas por espaço em um eventual
governo pós-Saddam.
Seis grupos de oposição reconhecidos pelos EUA disseram ontem que farão uma reunião no
mês que vem em Londres para se
preparar para tomar o poder se
Saddam for derrubado. Será a
quarta tentativa para a reunião.
As tentativas anteriores de realizar a conferência em Amsterdã,
Bruxelas e Londres fracassaram
após os seis grupos não terem
chegado a um acordo para a pauta
e a composição do encontro.
"Faremos a reunião de 13 a 15 de
dezembro, se o governo britânico
der os vistos de entrada. Estamos
finalizando a pauta e a lista de
participantes", disse Nabil al
Mousawi, membro do Congresso
Nacional Iraquiano, com sede em
Londres, e do comitê de planejamento do encontro.
Mousawi disse que a conferência de dezembro, com cerca de
500 delegados, deve eleger um comitê de liderança da oposição por
consenso. "Haverá um vácuo no
Iraque e queremos preparar os requerimentos burocráticos para
preenchê-lo", disse.
Os seis grupos são um movimento monarquista, o Congresso
Nacional Iraquiano, dois partidos
curdos do norte do Iraque, o
Acordo Nacional Iraquiano e o
Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque, com sede no Irã.
Segundo a rádio Free Iraq, fundada pelos EUA e com sede em
Praga, o vice-secretário da Defesa
dos EUA, Paul Wolfowitz, e o subsecretário de Estado Marc Grossman encontrarão líderes desses
grupos em Londres na segunda-feira. A rádio disse que estarão
presentes ainda Mohammad
Bahr al Ouloum, proeminente líder religioso xiita iraquiano que
vive em Londres, e representantes
da minoria turca do país.
A oposição iraquiana formou o
Congresso Nacional Iraquiano no
início dos anos 90, com a proposta de um federalismo e uma democracia para substituir o regime
de partido único de Saddam.
Mas uma disputa entre Ahmad
Chalabi, o líder opositor no exílio
com as melhores relações com os
EUA, e os partidos curdo e religiosos dividiu o grupo.
Com agências internacionais
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