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País é mosaico de idiomas e de etnias
THIAGO GUIMARÃES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os quase 500 mil surinameses dividem um território menor do que o do
Paraná, mas conversam
em 14 línguas.
Se por tribunais e palácios ouve-se o holandês
oficial, pelas ruas predomina o sranantongo, a língua nativa baseada no inglês, que também é falado
e chega pela TV.
A língua que cresce mais
rápido, contudo, é o português, no ritmo do fluxo de
imigrantes encabeçado
pelos garimpeiros. Paramaribo já tem seu bairro
de brasileiros, que veem
no Suriname um país mais
calmo e seguro, em que a
ausência estatal favorece o
ambiente de negócios.
O garimpo se alastra pelo vácuo legal da selva (que
cobre 80% do país). O
avanço dos garimpeiros
impulsiona a prostituição
e o tráfico de mulheres.
A mineração artesanal
do ouro cresceu na esteira
do esgotamento da bauxita, fonte de alumínio que
transformou a economia
com a chegada da americana Alcoa em 1916. Durante
a Segunda Guerra, o país
fornecia 75% da bauxita
importada pelos EUA.
A ex-colônia holandesa,
que não recebia da metrópole a atenção dada às lucrativas colônias orientais,
obteve independência em
1975 e começou a delinear
um sistema de partidos
políticos de forte componente étnico. Os crioulos
(mestiços descendentes
de escravos) dominam o
governista NPS, o VHP é
hindu, o KTPI é javanês.
Desde a independência
houve dois golpes militares e uma guerra civil de
sete anos. O ex-ditador
Desi Bouterse milita na
oposição e vive livre, mesmo condenado pela Corte
de Haia a 16 anos de prisão
por tráfico de cocaína.
O país de eleições indiretas -o Legislativo define o presidente- alcançou
estabilidade sob Ronald
Venetiaan, 73, do centrista
NPS, que só não presidiu o
país por quatro anos desde
1991 e é respeitado pelo
povo, politizado e que vê
no Estado um provedor de
emprego -45% da força
de trabalho está no governo ou paraestatais.
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