São Paulo, quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

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País é mosaico de idiomas e de etnias

THIAGO GUIMARÃES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os quase 500 mil surinameses dividem um território menor do que o do Paraná, mas conversam em 14 línguas.
Se por tribunais e palácios ouve-se o holandês oficial, pelas ruas predomina o sranantongo, a língua nativa baseada no inglês, que também é falado e chega pela TV.
A língua que cresce mais rápido, contudo, é o português, no ritmo do fluxo de imigrantes encabeçado pelos garimpeiros. Paramaribo já tem seu bairro de brasileiros, que veem no Suriname um país mais calmo e seguro, em que a ausência estatal favorece o ambiente de negócios.
O garimpo se alastra pelo vácuo legal da selva (que cobre 80% do país). O avanço dos garimpeiros impulsiona a prostituição e o tráfico de mulheres.
A mineração artesanal do ouro cresceu na esteira do esgotamento da bauxita, fonte de alumínio que transformou a economia com a chegada da americana Alcoa em 1916. Durante a Segunda Guerra, o país fornecia 75% da bauxita importada pelos EUA.
A ex-colônia holandesa, que não recebia da metrópole a atenção dada às lucrativas colônias orientais, obteve independência em 1975 e começou a delinear um sistema de partidos políticos de forte componente étnico. Os crioulos (mestiços descendentes de escravos) dominam o governista NPS, o VHP é hindu, o KTPI é javanês.
Desde a independência houve dois golpes militares e uma guerra civil de sete anos. O ex-ditador Desi Bouterse milita na oposição e vive livre, mesmo condenado pela Corte de Haia a 16 anos de prisão por tráfico de cocaína.
O país de eleições indiretas -o Legislativo define o presidente- alcançou estabilidade sob Ronald Venetiaan, 73, do centrista NPS, que só não presidiu o país por quatro anos desde 1991 e é respeitado pelo povo, politizado e que vê no Estado um provedor de emprego -45% da força de trabalho está no governo ou paraestatais.


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