São Paulo, domingo, 31 de março de 2002

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Ataque suicida fere ao menos 29 em Tel Aviv

DA REDAÇÃO

Um palestino suicida entrou num café de Tel Aviv, localizado num movimentado bairro comercial da cidade, e detonou explosivos que estavam atados a seu corpo, ferindo ao menos 29 pessoas -cinco em estado grave- que se encontravam no local, de acordo com a polícia e com as equipes de socorro.
Segundo os primeiros relatos da TV israelense, as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, uma milícia ligada ao movimento Fatah -do líder palestino Iasser Arafat-, assumiram a autoria do ataque.
O suicida foi identificado. Trata-se de um morador da cidade de Nablus, situada na Cisjordânia, de acordo com a TV israelense Channel Two. A explosão ocorreu por volta de 21h (15h em Brasília).
"Passei pelo local e ouvi a explosão. Fiquei apavorado. Nunca tinha visto nada parecido em toda a minha vida", afirmou uma testemunha, que não quis identificar-se, ao Channel Two.
Assaf, que acabara de chegar ao café, afirmou que a explosão tinha sido muito violenta. "Havia ao menos três feridos a meu lado. Eu ajudei a cuidar deles", afirmou Assaf, que disse ser enfermeiro.
David Baker, um funcionário do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, afirmou que o governo iria tomar todas as medidas necessárias, "usando todos os meios possíveis", para pôr fim aos atentados palestinos. O ataque a bomba "é a continuação da campanha assassina" contra os israelenses, segundo Baker. O atentado suicida de ontem foi o terceiro do gênero ocorrido durante a semana.
Na última quarta-feira à noite, outro palestino suicida entrou num hotel na cidade costeira de Netania e detonou explosivos que estavam atados a seu corpo, provocando a morte de 22 israelenses que comemoravam a Páscoa judaica (Pessach) e ferindo ao menos 140.
Anteontem, em outro atentado do gênero -ocorrido num supermercado de Jerusalém-, um segurança e uma mulher que fazia compras foram mortos.
O atentado de Netania foi cometido pelo grupo extremista islâmico Hamas. A autoria do de Jerusalém foi assumida pelas Brigadas dos Mártires de Al Aqsa.
Gideon Ezra, vice-comissário da polícia israelense, afirmou que o atentado de ontem tinha feito com que o governo israelense ficasse ainda mais determinado a dar continuidade à ofensiva militar iniciada anteontem, que visa a pôr fim às milícias extremistas islâmicas.
Num primeiro momento, forças israelenses tomaram a cidade de Ramallah (Cisjordânia), mantiveram Arafat confinado em seu complexo presidencial e invadiram partes da cidade de Beit Jalla.
"Nossa batalha, nossa guerra em Ramallah, só acabou de começar", afirmou Ezra, que estava no local do atentado em Tel Aviv. "Precisamos tomar novas medidas para impedir a entrada de terroristas em nosso território. Trata-se de uma guerra que não é convencional. Numa guerra assim, a resposta aos ataques também não pode ser convencional."


Com agências internacionais


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