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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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AÇÃO MILITAR

Após terem parado avanço para a capital, americanos enfrentam iraquianos e ganham posições

EUA retomam ataques rumo a Bagdá

Itsuo Inouye/Associated Press
Fuzileiros navais americanos da 15ª Unidade Expedicionária avançam no deserto próximo da cidade de Nassiriah, no sul do Iraque


DA REDAÇÃO

Forças dos EUA intensificaram ontem o cerco a Najaf, 160 km ao sul de Bagdá, e retomaram o movimento em direção à capital, interrompendo pausa na ofensiva.
Até a conclusão desta edição, milhares de soldados da coalizão anglo-americana cercavam a cidade, preparando-se para missões de "busca e destruição" de grupos paramilitares iraquianos.
Segundo o diário "The Washington Post", militares da 3ª Divisão de Infantaria dos EUA atacaram forças iraquianas nas imediações de Karbala, a 100 km de Bagdá, e assumiram ontem controle de rodovia que leva à capital. De acordo com a agência Reuters, brigadas americanas teriam avançado até 80 km de Bagdá, enfrentando pouca resistência.
Ao se aproximarem de Karbala, Najaf e Kut, os americanos passaram a ter problemas de abastecimento -os comboios com suprimentos de água, comida e combustível vindos do Kuait têm sido atacados por paramilitares iraquianos, principalmente na região de Nassiriah.
Essa região foi intensamente bombardeada ontem. A 82ª Divisão Aerotransportada chegou à região para tentar garantir a passagem dos veículos com suprimentos. Fuzileiros navais também fizeram missões de "busca e destruição" em Nassiriah ontem, atrás de esconderijos dos fedayin.
O governo iraquiano minimizou os ganhos territoriais americanos no conflito. "Onde quer que [os americanos" se instalem, serão rodeados pelos fuzis dos iraquianos, que não errarão seus alvos", disse Ezzat Ibrahim, vice-presidente de Saddam Hussein.
Horas antes dessas ofensivas, iniciadas na madrugada de hoje no Iraque (noite de ontem no Brasil), militares dos EUA no front haviam previsto que a pausa no avanço a Bagdá duraria ao menos duas semanas. As afirmações contrastavam com as declarações do comando da coalizão, que dizia não haver paradas nem mudanças de estratégia. "Não temos planos para pausa ou cessar-fogo", disse Donald Rumsfeld, o secretário da Defesa dos EUA.
"A posição em que estamos hoje não é apenas aceitável, mas realmente notável", declarou Tommy Franks, comandante das operações no golfo. O general declarou que o envio de até 120 mil homens a mais para o Iraque estava previsto na estratégia de guerra, mas disse que "ninguém sabe quanto o conflito durará". Americanos em Karbala adotavam discurso diferente. "Fomos orientados a parar por ao menos duas semanas", disse um sargento à Reuters.

Al Qaeda
Ainda ontem, os americanos disseram ter destruído "instalações de terroristas" no norte do Iraque que poderiam ter sido usadas para produção de armas químicas pela Al Qaeda. "Acreditamos que a ricina encontrada em Londres [em janeiro" veio desse local", afirmou o general Richard Myers, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA. O Iraque não confirmou a acusação.
Mais três americanos morreram e um ficou ferido na queda de um helicóptero na região de Basra. Os EUA dizem que foi acidente, e o Iraque afirma ter derrubado um helicóptero na região.
Com agências internacionais

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