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Clérigo suspende combates no Iraque
Após seis dias de conflitos, Sadr ordena a milicianos que parem de enfrentar forças armadas iraquianas e da coalizão
Crise deflagrada em Basra deixou pelo menos 350 mortos; sadristas acusam soldados americanos de "continuarem atirando"
DA REDAÇÃO
O clérigo xiita Moqtada al
Sadr ordenou ontem aos membros de sua milícia, Exército de
do Mehdi, que deixem as ruas
de Basra e outras cidades iraquianas e abandonem os combates contra forças do governo
e da coalizão liderada pelos
EUA, encerrando um ciclo de
violência que durou seis dias e
causou pelo menos 350 mortos
no país.
"Por causa da responsabilidade religiosa e para fazer com
que se pare de derramar sangue
iraquiano, nós pedimos um fim
das ações armadas em Basra e
em todas as outras províncias",
disse Sadr em comunicado.
"Assim que ouvimos a ordem
de Moqtada, começamos a nos
retirar das ruas", relatou Abu
Mustapha, um membro da milícia em Sadr City, o maior bairro xiita de Bagdá. "Obedecemos
ao comando. No entanto, os
americanos continuam a atirar
contra nossos milicianos",
acrescentou.
A ordem de interromper o
conflito surge três dias depois
de o governo do Iraque dar um
prazo até 8 de abril para que os
militantes depusessem as armas em troca de compensações
financeiras.
Não está claro se houve de fato um acordo entre o governo e
o Exército Mehdi, apesar de relatos indicando que Bagdá teria
enviado emissários ao Irã, que
apóia Sadr, para buscar uma solução. O clérigo exige que sejam
libertados seus milicianos que
foram feitos prisioneiros nos
últimos dias.
Sem dar detalhes, o governo
do Iraque elogiou a "atitude positiva" de Sadr e anunciou o levante do toque de recolher que
vigorava em Bagdá, causando
transtorno aos moradores e às
atividades econômicas.
A onda de violência começou
na terça, quando o premiê do
Iraque, Nuri al Maliki, lançou
uma ofensiva no sul para retomar o controle de seu governo
sobre Basra, capital petrolífera
dominada por milícias xiitas.
Sadr acusou Maliki de usar a
operação como pretexto para
eliminar ou ao menos enfraquecer o Exército do Mehdi em
detrimento de outros grupos
xiitas, ligados ao governo.
A crise se alastrou por outras
cidades, Bagdá em particular, e
levou o governo iraquiano a pedir ajuda às forças americanas e
britânicas, que bombardearam
Basra tendo como alvo focos da
milícia.
A repressão ameaçou acabar
com uma trégua unilateral decretada em agosto e que ajudou
a reduzir em 60% a violência no
país no segundo semestre do
ano passado.
Com agências internacionais
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