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ITÁLIA
"Corriere" não circula amanhã
Jornalistas fazem greve contra pressão política
DA ASSOCIATED PRESS
Jornalistas do "Corriere della Sera", principal jornal da Itália, farão greve hoje em protesto contra a renúncia, na última quinta-feira, do editor-chefe do diário, Ferruccio de Bertoli.
Os jornalistas, que votaram pela paralisação de um dia numa assembléia realizada ontem, suspeitam que o editor possa ter deixado o jornal por pressão do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi. O sindicato dos jornalistas do país anunciou que fará uma greve em 6 de junho em apoio aos colegas do "Corriere".
Segundo os profissionais do "Corriere", não há uma razão clara para a troca de editores, e a falta de transparência seria "mais um sinal do momento difícil para a liberdade de imprensa na Itália".
Cesare Romiti, presidente do grupo de mídia RCS, dono do "Corriere", negou a existência de pressões. Ele admitiu que alguns textos políticos publicados "não foram bem vistos", mas afirmou não ter havido qualquer pedido para que De Bertoli renunciasse.
De Bertoli foi substituído pelo respeitado jornalista da área de política Stefano Folli. Os jornalistas do "Corriere" disseram não se opor ao nome do novo editor, mas mostraram preocupação pelos motivos da saída de De Bertoli.
Como a greve acontece hoje, não haverá edição do "Corriere" amanhã, domingo.
O premiê Silvio Berlusconi é proprietário de um império de comunicações que inclui as três maiores redes privadas de TV italianas. Além disso, em função de seu cargo, tem influência sobre os canais estatais. Juntos, os canais privados e públicos sob sua influência controlam cerca de 90% do mercado de televisão do país.
O "Corriere", fundado em 1876, é respeitado por sua independência e moderação, num país onde a maioria dos meios são alinhados com movimentos políticos.
Berlusconi está sendo julgado num caso de corrupção de juízes durante um processo de privatização nos anos 80. Ele nega envolvimento em atos ilegais.
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