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RELIGIÃO
Texto deve ser divulgado hoje
Documento do Vaticano condena o feminismo
DA REDAÇÃO
Um documento do Vaticano,
que deverá ser divulgado hoje,
condena o feminismo radical, que
"equipara homens e mulheres e
ignora as diferenças biológicas
entre os sexos".
O documento, de 37 páginas,
incentiva a promoção social e pública da mulher e pede aos governos que "harmonizem a legislação e a organização do trabalho
com as exigências da missão da
mulher dentro do núcleo familiar", segundo a mídia européia.
Intitulado "Carta aos Bispos da
Igreja Católica sobre a Colaboração do Homem e da Mulher na
Igreja e no Mundo", o texto revisa
os ensinamentos sobre a mulher
ativa na vida pública e sua "vocação" maternal, a vida familiar e a
necessidade de que ela seja fundamentada no casamento entre um
homem e uma mulher.
O texto -elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé
(ortodoxia católica), do cardeal
alemão Joseph Ratzinger- reafirma sua oposição à ordenação
feminina.
Rechaça ainda "o questionamento da família, a equiparação
da homossexualidade à heterossexualidade e um modelo novo de
sexualidade polimorfa" e a "ideologia de gênero".
Para os movimentos feministas,
o documento, apesar de novo, só
traz idéias antigas da igreja.
"A posição da igreja é muito antidemocrática. Eu lamento que
uma estrutura como a igreja queira se manter fora do tempo. Por
isso perde credibilidade", disse
Fátima Oliveira, secretária-executiva da Rede Nacional Feminista
de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. "A igreja precisa se reciclar se quiser ter respeitabilidade", completou ela, que foi
criada como católica, mas hoje
não professa nenhuma religião.
Já a teóloga colombiana Yuri
Puello Orozco, da ONG Católicas
pelo Direito de Decidir, disse que,
se o documento critica o feminismo dessa maneira, é porque "a
igreja continua com uma visão
muita errada do que é o feminismo" e que a proibição da ordenação feminina "sugere uma discriminação e uma hostilidade da
igreja em relação às mulheres".
Para a teóloga, o documento é
uma reação a um "movimento
mundial que vai contra essa posição conservadora católica, do
fundamentalismo católico".
Procurada pela Folha, a CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil) afirmou ainda não possuir o documento e que os esclarecimentos seriam feitos hoje, em
entrevista coletiva.
O padre Manuel de Oliveira Filho, assessor de comunicação da
arquidiocese de Salvador, declarou que o texto trata "da dignidade e do valor da mulher, inclusive
na vida da Igreja". Questionado
sobre a critica ao feminismo, ele
disse, sem conhecer detalhes do
texto, que "todo "ismo" é concentrado de exagero, e que o documento deve condenar o radicalismo nas lutas".
Com agências internacionais
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