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Diário prova inexistir elo com as Farc, diz Quito
Eliana Aponte - 13.mar.2001/Reuters
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Ex-número dois das Farc Raúl Reyes, morto no ano passado
DA EFE
O Equador disse ontem que
trechos do suposto diário do
ex-líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Raúl Reyes, morto no
ano passado, divulgados anteontem pela Chancelaria
equatoriana comprovam que o
governo nunca teve laços com a
guerrilha colombiana.
O manuscrito -datado de 9
de fevereiro de 2008 e submetido, segundo Quito, a análise de
comprovação de veracidade-
foi entregue pelo governo à
Procuradoria Geral e à Organização dos Estados Americanos.
Em trecho divulgado, sobre o
presidente do Equador, Reyes
diz textualmente: "Confiar em
[Rafael] Correa foi um suicídio.
Toda contribuição em dinheiro
para sua campanha não serviu
para um caralho".
O então número dois do grupo foi morto em março de 2008
-menos de um mês após a data
do registro- na controversa
ação militar colombiana na região fronteiriça equatoriana de
Angostura. O episódio causou a
maior crise regional em ao menos dez anos e a ruptura da relação entre Colômbia e Equador, até hoje não restabelecida.
Em um trecho obtido pela revista colombiana "Semana",
Reyes diz ainda crer que seu final "está perto, mas isso não é o
que mais me preocupa. O mais
amargo é que caí como um menino na armadilha de Correa".
O ministro da Defesa equatoriano, Javier Ponce, disse ontem que "não se pode dizer com
certeza, mas é muito provável
que [o diário] seja autêntico.
Nesse caso, [fica demonstrado]
que o vínculo das Farc com o
governo era muito localizado".
No diário, Reyes critica duramente ainda o ex-ministro de
Segurança Gustavo Larrea e o
ex-subsecretário de Governo
Ignacio Chauvín. Ambos já foram anteriormente apontados
como os principais aliados das
Farc no governo do Equador.
Após o bombardeio de Angostura, a Colômbia afirmou
ter encontrado, nos computadores da guerrilha capturados,
provas das ligações entre as
Farc e o governo Correa, que
sempre negou as relações.
Recentemente, Bogotá divulgou vídeo em que outro líder da
guerrilha aparece lendo uma
carta que comprovaria o financiamento da campanha de Correa à Presidência, em 2006.
Nesta semana, as Farc emitiram nota negando "veementemente" o seu conteúdo.
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