São Paulo, sexta-feira, 31 de julho de 2009

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Diário prova inexistir elo com as Farc, diz Quito

Eliana Aponte - 13.mar.2001/Reuters
Ex-número dois das Farc Raúl Reyes, morto no ano passado

DA EFE

O Equador disse ontem que trechos do suposto diário do ex-líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Raúl Reyes, morto no ano passado, divulgados anteontem pela Chancelaria equatoriana comprovam que o governo nunca teve laços com a guerrilha colombiana.
O manuscrito -datado de 9 de fevereiro de 2008 e submetido, segundo Quito, a análise de comprovação de veracidade- foi entregue pelo governo à Procuradoria Geral e à Organização dos Estados Americanos.
Em trecho divulgado, sobre o presidente do Equador, Reyes diz textualmente: "Confiar em [Rafael] Correa foi um suicídio. Toda contribuição em dinheiro para sua campanha não serviu para um caralho".
O então número dois do grupo foi morto em março de 2008 -menos de um mês após a data do registro- na controversa ação militar colombiana na região fronteiriça equatoriana de Angostura. O episódio causou a maior crise regional em ao menos dez anos e a ruptura da relação entre Colômbia e Equador, até hoje não restabelecida.
Em um trecho obtido pela revista colombiana "Semana", Reyes diz ainda crer que seu final "está perto, mas isso não é o que mais me preocupa. O mais amargo é que caí como um menino na armadilha de Correa".
O ministro da Defesa equatoriano, Javier Ponce, disse ontem que "não se pode dizer com certeza, mas é muito provável que [o diário] seja autêntico. Nesse caso, [fica demonstrado] que o vínculo das Farc com o governo era muito localizado".
No diário, Reyes critica duramente ainda o ex-ministro de Segurança Gustavo Larrea e o ex-subsecretário de Governo Ignacio Chauvín. Ambos já foram anteriormente apontados como os principais aliados das Farc no governo do Equador.
Após o bombardeio de Angostura, a Colômbia afirmou ter encontrado, nos computadores da guerrilha capturados, provas das ligações entre as Farc e o governo Correa, que sempre negou as relações.
Recentemente, Bogotá divulgou vídeo em que outro líder da guerrilha aparece lendo uma carta que comprovaria o financiamento da campanha de Correa à Presidência, em 2006.
Nesta semana, as Farc emitiram nota negando "veementemente" o seu conteúdo.


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