São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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Ex-premiê de Israel é denunciado por corrupção e fraude

Pressionado por acusações, Ehud Olmert havia renunciado ao cargo em 2008, favorecendo oposição

DA FRANCE PRESSE

O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert foi formalmente denunciado ontem pelas acusações de corrupção que o forçaram a renunciar ao cargo no ano passado, abrindo caminho para a chegada da oposição ao poder.
A abertura de três processos praticamente sela o fim de três décadas de carreira política de Olmert, que se torna o primeiro chefe de governo israelense -no cargo ou fora dele- a enfrentar a Justiça.
A Procuradoria do Tribunal de Jerusalém denunciou o ex-premiê por fraude, abuso de confiança, evasão de impostos e não declaração de receita. Olmert nega as acusações.
Os crimes teriam sido cometidos entre 1993 e 2006, período em que foi prefeito de Jerusalém e ministro do Comércio.
Não há acusações relativas à época em que ele chefiou o governo. Olmert foi eleito em 2006, depois que Ariel Sharon deixou o cargo ao sofrer um derrame e entrou em coma, no qual permanece até hoje. Pouco antes, os dois haviam abandonado o direitista Likud para fundar o partido de centro Kadima, hoje na oposição.
No caso mais grave, Olmert, 63, teria sido beneficiado durante anos por fundos arrecadados pelo empresário americano Moshe Talansky para campanhas à Prefeitura de Jerusalém e à liderança do Likud.
Olmert admitiu ter recebido dinheiro, mas alegou que "campanhas custam caro" e que não havia nada de errado na forma como recebeu as doações.
A Procuradoria também acusa o ex-prefeito de Jerusalém de ter manipulado faturas de viagens oficiais para custear férias de seus parentes.
No terceiro caso, Olmert teria concedido favores pessoais e beneficiado seu ex-sócio e amigo Uri Messer.
A revelação dos escândalos pela imprensa agravou a situação política de Olmert, que já era fragilizada pela desastrosa campanha militar no sul do Líbano, contra o grupo xiita Hizbollah, em 2006. Uma comissão que investigou a campanha responsabilizou-o pessoalmente por imperícia.
Pressionado, Olmert anunciou sua renúncia em setembro do ano passado, o que resultou na antecipação das eleições legislativas de 2010.
O pleito, ocorrido em fevereiro passado, levou ao poder a coalizão liderada por Binyamin Netanyahu, que derrotou a candidata de Olmert, a ex-chanceler Tzipi Livni.


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