|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-premiê de Israel é denunciado por corrupção e fraude
Pressionado por acusações, Ehud Olmert havia renunciado ao cargo em 2008, favorecendo oposição
DA FRANCE PRESSE
O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert foi formalmente denunciado ontem
pelas acusações de corrupção
que o forçaram a renunciar ao
cargo no ano passado, abrindo
caminho para a chegada da
oposição ao poder.
A abertura de três processos
praticamente sela o fim de três
décadas de carreira política de
Olmert, que se torna o primeiro
chefe de governo israelense
-no cargo ou fora dele- a enfrentar a Justiça.
A Procuradoria do Tribunal
de Jerusalém denunciou o ex-premiê por fraude, abuso de
confiança, evasão de impostos
e não declaração de receita. Olmert nega as acusações.
Os crimes teriam sido cometidos entre 1993 e 2006, período em que foi prefeito de Jerusalém e ministro do Comércio.
Não há acusações relativas à
época em que ele chefiou o governo. Olmert foi eleito em
2006, depois que Ariel Sharon
deixou o cargo ao sofrer um
derrame e entrou em coma, no
qual permanece até hoje. Pouco antes, os dois haviam abandonado o direitista Likud para
fundar o partido de centro Kadima, hoje na oposição.
No caso mais grave, Olmert,
63, teria sido beneficiado durante anos por fundos arrecadados pelo empresário americano Moshe Talansky para
campanhas à Prefeitura de Jerusalém e à liderança do Likud.
Olmert admitiu ter recebido
dinheiro, mas alegou que "campanhas custam caro" e que não
havia nada de errado na forma
como recebeu as doações.
A Procuradoria também acusa o ex-prefeito de Jerusalém
de ter manipulado faturas de
viagens oficiais para custear férias de seus parentes.
No terceiro caso, Olmert teria concedido favores pessoais
e beneficiado seu ex-sócio e
amigo Uri Messer.
A revelação dos escândalos
pela imprensa agravou a situação política de Olmert, que já
era fragilizada pela desastrosa
campanha militar no sul do Líbano, contra o grupo xiita Hizbollah, em 2006. Uma comissão que investigou a campanha
responsabilizou-o pessoalmente por imperícia.
Pressionado, Olmert anunciou sua renúncia em setembro
do ano passado, o que resultou
na antecipação das eleições legislativas de 2010.
O pleito, ocorrido em fevereiro passado, levou ao poder a
coalizão liderada por Binyamin
Netanyahu, que derrotou a
candidata de Olmert, a ex-chanceler Tzipi Livni.
Texto Anterior: Com economia estagnada, Japão sofre com sem-teto Próximo Texto: Uribe pega gripe suína após cúpula da Unasul Índice
|