São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Na TV, Obama recusa declarar "missão cumprida" no Iraque

Presidente formaliza hoje o fim das ações de combate no país

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Ao oficializar o fim das operações de combate no Iraque, hoje à noite, o presidente americano, Barack Obama, não deve declarar "missão cumprida".
Não é por acaso. Trata-se de outro lance da disputa política que cerca o tema.
Há sete anos, o então presidente George W. Bush anunciou o fim dos combates principais no Iraque, menos de dois meses após o início da guerra, em um porta-aviões decorado com uma faixa que usava a expressão.
Pouco depois, a insurgência contra tropas norte-americanas se intensificou.
No pronunciamento que fará, Obama explicará a redução do número de soldados para 50 mil e falará sobre as mudanças na missão dos EUA no país, com as tropas cumprindo apenas papel de apoio às forças iraquianas.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, Obama falará ainda sobre o Afeganistão, que vira o novo foco militar norte-americano, e a "guerra mais ampla ao terror".
Antes do discurso de hoje, que será transmitido ao vivo, em rede nacional, Obama deve telefonar para Bush, disse Gibbs, sem detalhar o conteúdo da conversa.
Ontem, Obama se encontrou com veteranos feridos no Iraque no hospital militar Walter Reed, em Washington. Hoje, ele planeja visitar Fort Bliss, no Texas, posto do Exército que enviou 200 mil soldados ao Iraque.
O vice-presidente Joe Biden chegou ontem ao país, onde também deve se encontrar com líderes políticos e mencionar a preocupação norte-americana com a formação de um governo.
A Casa Branca procura, assim, demonstrar que não está abandonando o Iraque após sete anos e meio de guerra.
Os cerca de 50 mil soldados que permanecerão só poderão se envolver em missões de combate a pedido do Exército iraquiano.


Texto Anterior: México demite 3.200 policiais federais
Próximo Texto: Análise: A maior diferença talvez seja o poder de esculhambação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.