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Na TV, Obama recusa declarar "missão cumprida" no Iraque
Presidente formaliza hoje o fim das ações de combate no país
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Ao oficializar o fim das
operações de combate no Iraque, hoje à noite, o presidente americano, Barack Obama, não deve declarar "missão cumprida".
Não é por acaso. Trata-se
de outro lance da disputa política que cerca o tema.
Há sete anos, o então presidente George W. Bush
anunciou o fim dos combates
principais no Iraque, menos
de dois meses após o início
da guerra, em um porta-aviões decorado com uma
faixa que usava a expressão.
Pouco depois, a insurgência contra tropas norte-americanas se intensificou.
No pronunciamento que
fará, Obama explicará a redução do número de soldados para 50 mil e falará sobre
as mudanças na missão dos
EUA no país, com as tropas
cumprindo apenas papel de
apoio às forças iraquianas.
Segundo o porta-voz da
Casa Branca, Robert Gibbs,
Obama falará ainda sobre o
Afeganistão, que vira o novo
foco militar norte-americano, e a "guerra mais ampla
ao terror".
Antes do discurso de hoje,
que será transmitido ao vivo,
em rede nacional, Obama deve telefonar para Bush, disse
Gibbs, sem detalhar o conteúdo da conversa.
Ontem, Obama se encontrou com veteranos feridos
no Iraque no hospital militar
Walter Reed, em Washington. Hoje, ele planeja visitar
Fort Bliss, no Texas, posto do
Exército que enviou 200 mil
soldados ao Iraque.
O vice-presidente Joe Biden chegou ontem ao país,
onde também deve se encontrar com líderes políticos e
mencionar a preocupação
norte-americana com a formação de um governo.
A Casa Branca procura, assim, demonstrar que não está abandonando o Iraque
após sete anos e meio de
guerra.
Os cerca de 50 mil soldados que permanecerão só poderão se envolver em missões de combate a pedido do
Exército iraquiano.
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