São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

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OLP se reúne e tenta dizer que não há vácuo de poder

DA ASSOCIATED PRESS

Uma liderança coletiva começou a tomar as rédeas dos assuntos palestinos na ausência de Iasser Arafat, enquanto médicos na França realizavam uma bateria de exames de sangue para descobrir se a doença do líder é terminal.
O vice de Arafat, Mahmoud Abbas, reuniu o comitê executivo da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) no escritório em que Arafat foi confinado por Israel por quase três anos. Foi uma das poucas vezes nas últimas décadas em que a sessão foi realizada sem a presidência de Arafat.
Abbas se negou a tomar o assento de Arafat na cabeceira da conferência e depois falou com repórteres ao lado de outros membros do comitê, numa aparente mensagem de que nenhuma pessoa estava tentando usurpar a posição do líder palestino.
"Decidimos que todas as instituições de liderança palestina continuarão a funcionar dentro da estrutura da Autoridade Palestina, segundo a lei fundamental palestina", disse Abbas.
Rauhi Fattouh, porta-voz do Parlamento palestino, disse que a reunião intencionava mandar um sinal ao mundo de que "não há vácuo de poder aqui, e as instituições palestinas vão funcionar como se Arafat estivesse aqui".
Fattouh afirmou que a liderança em Ramallah está continuamente informando auxiliares de Arafat que o acompanham na França. "É verdade que muitas coisas precisam da assinatura e da aprovação de Arafat, como assuntos de segurança e financeiros, e estaremos em contato com ele em Paris."
"Arafat existe entre nós. Ele é a base de nosso sistema político e está entre nós em cada momento", disse Ghasan Shakaa, que também participou da reunião.
Hoje o premiê Ahmed Korei deve convocar o Conselho de Segurança Nacional, responsável por todas as forças de segurança na Cisjordânia e em Gaza. Arafat normalmente preside o conselho, mas teria instruído Korei a reuni-lo em sua ausência, segundo fontes palestinas.
Um funcionário palestino com Arafat em Paris disse, sob anonimato, que há uma forte possibilidade de que o líder de 75 anos esteja com leucemia, porém mais tarde a representante da Autoridade Nacional Palestina em Paris negou a hipótese de Arafat estar com a doença.
O ministro do Exterior palestino, Nabil Shaath, afirmou que resultados iniciais de exames eram encorajadores.
Em Nablus (Cisjordânia), cerca de mil estudantes fizeram manifestação de apoio a Arafat. "Não posso imaginar outro líder palestino além de Arafat", disse o estudante Naheb Mustafa, 20. "Rezo para que Alá tome conta dele."

Jenin
No terceiro dia de operação armada contra militantes palestinos na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, soldados israelenses atiraram e mataram um garoto de 13 anos durante um protesto contra Israel, segundo funcionários palestinos.
De acordo com um porta-voz do Exército israelense, as tropas abriram fogo após serem atacadas por pedras e coquetéis molotov.

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