São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Explosão de carro-bomba mata nove; corpo encontrado ontem em Bagdá pertence a refém japonês

Insurgentes matam 8 marines no Iraque

DA REDAÇÃO

No mais sangrento ataque às forças dos Estados Unidos nos últimos sete meses, oito marines americanos morreram e nove ficaram feridos na Província de Anbar, a oeste de Bagdá, região que inclui as cidades de Fallujah e Ramadi. O ataque aconteceu no momento em que o Exército prepara sua maior ofensiva contra os insurgentes nas duas cidades, mas não foram divulgadas mais informações sobre as mortes.
Outras sete pessoas morreram e 19 ficaram feridas em um atentado com carro-bomba perto dos escritórios da rede de TV Al Arabiya, em Bagdá. O local fica a cerca de 250 metros da embaixada espanhola. Em outro conflito, forças iraquianas atacaram seis carros, depois que comboio americano foi atacado, perto de Haswa, 40 quilômetros ao sul da capital. Pelo menos 14 pessoas morreram.
A Organização Human Rights Watch disse ontem que avisou o Exército americano sobre esconderijo de centenas de ogivas contendo explosivos em maio de 2003, mas que oficiais se mostraram desinteressados e não recolheram o material.
Segundo Peter Bouckaert, que liderava a missão de emergência, após ser avisado sobre o armamento, ele procurou por oficiais americanos. "Passei um bom tempo tentando fazer alguém se interessar pelo que dizia." Ele deu as coordenadas dos esconderijos, dentro de uma área militar, a 55 quilômetros de Bagdá. Dez dias depois, quando deixou a região, ninguém tinha ido ao local.
A denúncia reforça dúvidas sobre a capacidade do Exército de proteger armas perigosas. Cerca de 250 mil toneladas de explosivos e munições estão desaparecidas. "Todos pensam na Al Qaeda, quando o que esteve ao alcance militar pode manter a guerrilha ativa por um longo tempo, criando as bombas que são usadas em ataques diários", disse. Cada ogiva tinha 26 quilos de explosivos.

Reféns
Foi encontrado ontem em Bagdá um corpo decapitado de um civil japonês que havia sido seqüestrado por um grupo terrorista iraquiano. O governo japonês confirmou como sendo o corpo do refém japonês Shosei Koda,24, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo. Horas antes havia sido divulgado um vídeo em que um insurgente aparecia segurando uma cabeça decepada com feições semelhantes às de Koda.
O Japão havia anunciado antes que um outro corpo, encontrado anteontem, não era o de Koda.
O grupo de Abu Musab al Zarqawi, ligado à Al Qaeda, havia ameaçado na quarta-feira degolar Koda em 48 horas se o Japão não retirasse seus soldados do Iraque.
Em outro vídeo divulgado ontem, a refém iraquiana-polonesa Teresa Borcz fez um apelo para que a Polônia retirasse seus soldados do Iraque e assim atendesse às exigências para salvar sua vida. Borcz, que é casada com um iraquiano, foi seqüestrada na quarta-feira em Bagdá.
Líderes islâmicos pediram a libertação de Margaret Hassan, cidadã irlandesa, inglesa e iraquiana que trabalha há 30 anos no Iraque na ONG Care International. Ela foi seqüestrada no dia 19.
O Vaticano anunciou que o papa João Paulo 2º receberá o premiê iraquiano, Iyad Allawi, no dia 4 de novembro.


Com agências internacionais

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