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"Resposta inicial" de
Teerã rejeita acordo,
dizem negociadores
Contraproposta apresentada anteontem contraria
ponto central de pacto nuclear avalizado pelos EUA
DA REDAÇÃO
A contraproposta nuclear do
Irã apresentada anteontem à
AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica) foi recebida pelo Ocidente como uma rejeição à essência do acordo endossado na semana anterior.
Segundo diplomatas ocidentais, isso pode inviabilizar a distensão ensaiada recentemente.
Embora não tenha sido tornada pública, relatos vazados à
imprensa dão conta de que a
"resposta inicial" apresentada
por Teerã condiciona a exportação dos estimados três quartos do urânio de que dispõe para maior enriquecimento no
exterior à prévia importação da
mesma quantidade do elemento já devidamente processado.
A condição, se confirmada,
basicamente neutraliza o principal objetivo de EUA, França e
Rússia com a proposta submetida ao Irã: a diminuição do estoque de urânio mantido por
Teerã a ponto de impossibilitar
a eventual tentativa de produção de uma bomba atômica.
O Ocidente suspeita de que o
programa nuclear iraniano vise
a bomba. Mas o Irã nega e diz
não ferir leis internacionais ao
processar urânio -o que pode
fazer pelo Tratado de Não Proliferação, do qual faz parte, desde que sob supervisão da AIEA.
Na proposta colocada sobre a
mesa pelas potências nucleares
no último dia 21, o Irã se comprometeria a enviar 1.200 kg de
urânio pouco enriquecido
-dos estimados 1.500 kg que
possui- à Rússia até 15 de janeiro. O elemento seria depois
repassado à França, que o adequaria ao reator do Irã para fins
de pesquisa e uso médico.
Pelos cálculos do Ocidente, a
estratégia "compraria" cerca de
um ano no desenvolvimento do
programa nuclear do Irã e daria
mais tempo para que um acordo mais amplo fosse alcançado.
Teerã, porém, nega-se a fornecer o seu urânio pouco enriquecido em carregamento único e exige receber antes o elemento processado a um maior
grau, segundo versão veiculada.
A agência oficial iraniana Irna disse que a "resposta inicial"
do país é só uma "atitude positiva" sinalizando a disposição
continuar negociando, e não
uma posição final. Segundo o
veículo, a troca simultânea do
urânio é a "linha vermelha" que
o Irã não pretende cruzar.
Para um diplomata europeu,
"a questão-chave é que o Irã
não aceita fornecer seu urânio
pouco enriquecido. E isso não é
um detalhe: é simplesmente tudo de que trata o acordo. É basicamente a rejeição [do pacto]".
Segundo o jornal "New York
Times", o recuo iraniano já era
esperado pelo governo Barack
Obama, e o secretário-geral da
AIEA, Mohamed El Baradei,
esteve secretamente nos EUA
para discutir com o presidente
que passos tomar nesse caso.
Obama, diz o "Times", manteve ainda contato com os pares francês, Nicolas Sarkozy, e
russo, Dmitri Medvedev, com o
mesmo propósito. Oficialmente, a Casa Branca advertiu o Irã
de que não o país não terá tempo "ilimitado" para a resposta.
A Chancelaria francesa exortou Teerã a dar "resposta oficial
e positiva sem demora". Líderes da União Europeia manifestaram "grande preocupação"
com a suposta recusa do Irã em
cumprir com suas obrigações.
Com "New York Times" e agências internacionais
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