São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009


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feiras

Lojistas de vestuário vão às compras com cautela

Na Fenim, em Gramado, aquisições para o inverno são até 50% menores

MARIANA IWAKURA
ENVIADA ESPECIAL A GRAMADO (RS)

Com cautela redobrada e escaldados pelo movimento abaixo do esperado no fim do ano passado, lojistas que compareceram à Fenim (Feira Nacional da Indústria da Moda Outono/ Inverno), que aconteceu em Gramado (RS) na semana passada, buscaram abastecimento de produtos para a estação fria.
"Estou comprando menos porque sobrou [produto] no ano passado", diz Nadir Mainardi, proprietária de duas lojas em Sobradinho (RS). Segundo a empresária, contribuíram para a redução nas vendas o calor no inverno e a menor procura nos últimos meses de 2008.
Efeito semelhante foi sentido por Davisson Schincariol Ailes e Valéria Galvão, que têm uma loja de roupas para adultos e crianças em Porto Feliz (SP). "Mesmo quem tem emprego está preocupado com a possibilidade de perder a vaga e segura a compra", diz Ailes, que planejava uma compra 20% menor nesta edição da feira.
Na butique feminina de Adriana Berto Hoepers, de Joinville (SC), no fim do ano, "só comprou quem tem bastante dinheiro para torrar". Por isso, Hoepers quer adquirir 50% menos produtos agora. "Vou segurar ao máximo", pontua.
Na hora de fechar a compra, os empresários reclamam das exigências dos fornecedores. "Procuro jaquetas diferenciadas, mas vendem no mínimo 12", aponta Roseli Bobato Rouver, dona de butique em Imbituva (PR).
Já Maicon Dias da Silva, dono de cinco lojas de roupas em Passo Fundo (RS), investe no volume grande para obter preços mais baixos. "À vista, conseguimos até 25% de desconto. A prazo, temos 15%", compara.

Otimismo
Do outro lado do balcão, contudo, os fabricantes fazem coro ao afirmar que a tempestade está passando longe -alguns não querem mencionar a palavra "crise" perto dos clientes.
"Nossos resultados estão distantes dessa situação macroeconômica", ressalta Marcos Ribeiro Gomes, diretor de marketing da Hering, que disse prever vendas de 10% a 20% maiores do que as da Fenim de 2008.
Na Friolã, o volume de vendas das malhas está cerca de 15% maior do que o do ano passado, segundo a estilista da marca, Rafaela Tomazzoni.
A alta do dólar é tida como vantagem. "O importado chega a preço igual ao nosso ou mais caro", afirma Cláudio Fazzolin, diretor da Fazzolin, fabricante de costumes masculinos.


A jornalista viajou a convite da organização do evento



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