ONG ensina comunidades carentes a criar e a comercializar seus produtos a partir do lixo

DA REPORTAGEM LOCAL

A caixa de ovos torna-se uma luminária. O saco de cimento, uma bandeja. O que pode parecer mágica é, na realidade, fruto de inovação, criatividade e, principalmente, vontade de dar a pessoas mais carentes a oportunidade de empreender.
Fundada em 1998 pela designer Águida Zanol, a Reciclar T3 desenvolve projetos em comunidades de baixa renda qualificando-as com o que ela batizou de tecnologia dos três "R": reduzir, reutilizar e reciclar.
"Somos um instituto de pesquisa que qualifica a pessoa a criar para o design ambiental. Transferimos a tecnologia por nós testada e desenvolvida para unidades produtivas, gerando trabalho", explica a designer.
Segundo Zanol, um dos pilares do projeto é a capacitação. "Antes de ensinarmos os métodos de transformação do lixo em objetos comercializáveis, escutamos qual o desejo real daquela comunidade e provocamos um pensar, essencial para levantar os talentos existentes. Assim, desenvolvem produtos com a cara deles."
Trabalhando com coleta seletiva de lixo e separação de material, Ivaneide da Silva Souza é uma das beneficiárias da ONG. Ela conta que a entidade ajudou muito a Comarpe (associação de catadores de Pampulha, em Belo Horizonte) com projetos de capacitação.
"Quando fazemos eventos, eles também nos ajudam com a ambientalização", conta.
Souza diz que a cooperativa ainda não desenvolve seus próprios produtos, por estarem na fase de capacitação. Mas destaca que já aprenderam a fazer bandejas a partir de sacos de cimento e restos de madeira e pensam em comercializar acessórios como bolsas. (MCN)