|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RECICLAGEM
Gigantes criam tecnologia para que empresas menores aproveitem material descartado
Grandes e pequenas criam dependência
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Empresas de grande porte têm
estabelecido uma espécie de troca
de favores com pequenas e médias -elas desenvolvem tecnologia e fornecem equipamentos às
interessadas em entrar no negócio da reciclagem. Com isso, ficam "de bem" com o ambiente.
Uma delas, a Tetra Pak, responsável pela produção das embalagens longa vida, investiu em tecnologia para tornar possível o reaproveitamento do material. "O
papel já era reciclado, mas o restante, uma massa formada por
alumínio e plástico, ainda não",
afirma Fernando von Zuben, 45,
diretor de meio ambiente.
Para proporcionar 100% de
aplicação do material, a equipe de
engenheiros criou uma saída:
produzir placas e telhas a partir
das sobras do processo de reciclagem do papel. E vem dando certo.
Atualmente, a parceria já atinge
nove empresas menores, cuja
produção -telhas e placas empregadas na construção civil para
substituir o madeirite- é inteiramente absorvida pelo mercado.
Para incentivar o processo, a
Tetra Pak também atua no início
da cadeia de reciclagem, orientando e fornecendo subsídios para
cooperativas de reciclagem.
A Eco Futuro é uma das beneficiadas pela parceria. A empresa
consome cerca de 40 toneladas/
mês de plástico e alumínio para
produzir 2.000 telhas/mês. O investimento inicial, feito em dezembro de 2002, foi de R$ 300 mil.
"Nossa expectativa é que esse investimento seja recuperado em
pelo menos cinco anos", diz Sérgio Luiz Mirocchi, 46, diretor-presidente da Eco Futuro.
A empresa conta com dez funcionários e recebe todo o material
dispensado pela indústria Klabin
na reciclagem do papel. "Não se
perde absolutamente nada do que
foi fabricado anteriormente."
Latas de aço
No Brasil, as latas de aço têm um
índice de reciclagem de 78% graças a iniciativas como a da Reciclaço, criada em 2001. A empresa
faz a ponte entre os pequenos coletores de latas e as empresas de
fundição. Sua criação foi idealizada pela Companhia Metalic Nordeste, do grupo CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional), com o objetivo de recuperar latas de aço
produzidas pela própria Metalic.
Para dar seqüência ao processo,
a Reciclaço possui parceria com
uma siderúrgica, que recebe o
material coletado por sucateiros
de todo o país. "Com isso, podemos determinar um preço de R$
0,20/kg, que deve ser obrigatoriamente repassado ao catador. É
maior do que o valor que é normalmente pago ao catador de sucata ferrosa, mas foi uma forma
encontrada para estimular o processo", diz João Manoel Fernandes, coordenador de marketing.
A rede de coleta de materiais da
Reciclaço tem hoje mais de 350
pontos de compra de latas distribuídos em 16 Estados brasileiros.
Todas as latas consumidas e coletadas são reaproveitadas pela indústria siderúrgica.
Texto Anterior: Reciclagem: Indústria ociosa atrai investimentos Próximo Texto: Recicladores reinvindicam incentivos fiscais Índice
|