São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2004


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EFEITO PARMALAT

Empresários formam comissão para manter a operação; fábrica não deve parar

Gelateria tenta driblar concordata

Fabiana Beltramin/Folha Imagem
Loja do empresário Jeremias de Oliveira, no Shopping Anália Franco, segue ritmo normal de vendas


TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de meses de apreensão, os franqueados da rede Gelateria Parmalat encerraram a semana com uma definição em relação ao futuro da marca. A tensão instalada desde os rumores da crise da gigante de alimentos na Itália foi finalmente arrefecida pelo pedido de concordata da Parmalat Brasil.
"Temíamos a falência imediata", explica o franqueado Jeremias de Oliveira, 53, dono de uma loja no Shopping Anália Franco. "Com a concordata, ganhamos tempo para nos organizar caso isso aconteça", observa.
Filhote bem-sucedido da marca, a Gelateria (que é juridicamente independente da Parmalat) cresceu a olhos vistos desde que virou rede de franquias em abril de 2002. De lá para cá, 42 unidades foram abertas, inclusive nos vizinhos Argentina e Uruguai. A 43ª loja deve ser inaugurada em dez dias em Piracicaba (SP).
Jeremias de Oliveira é um dos representantes da comissão de franqueados criada para manter diálogo constante com a master franqueadora. "Nossa meta é reunir esforços para que o negócio de sorvetes continue a existir", diz.
"Nos casos de concordata, direitos e deveres dos franqueados são mantidos, nada muda. Já nos episódios de falência é preciso partir para a busca mais enérgica de soluções, muitas vezes com ações coletivas na Justiça", afirma o advogado Murilo da Silva Freire, especialista em falências.
Segundo informações dadas com exclusividade à Folha por fonte ligada à Gelateria Parmalat no Brasil, não existe possibilidade de a rede encerrar a produção de sorvetes, mantida por uma fábrica própria em São Paulo.
A empresa diz estar operando no azul. Em caso de pressão por parte dos fornecedores para pagamentos à vista, afirma ter condições de fazê-lo.
Para quem tinha planos de abrir uma sorveteria, no entanto, os especialistas sugerem aguardar. "Franquia é como um casamento. E não dá para casar com quem está em crise", comenta Cristina Proença, consultora de comércio.

Memória
Se a falência do master franqueador pode tirar o sono, a possibilidade de o negócio dar uma guinada existe. Foi o que aconteceu com 17 ex-franqueados da operadora de turismo Stella Barros, falida há quase um ano.
Conjuntamente, eles migraram para a X-Virtual, que estava inaugurando seu sistema de franquias. "Em um ano, crescemos o que levou dez anos na antiga franqueadora", diz Fábio Tavares, ex-presidente da Associação de Franqueados da Stella Barros e hoje diretor de franquias da X-Virtual.



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