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Empresários inflam balanço para conseguir capital de giro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Micro e pequenos empresários ouvidos pela Folha admitem aumentar o balanço da
empresa para obter o capital
necessário em empréstimos.
Eles dizem que o fazem forçados pela elevação do "spread"
bancário, pela dificuldade de
oferecer garantias e pela falta
de metodologia dos bancos para avaliar os riscos do negócio.
Os que afirmam nunca ter
inflado as contas reconhecem a
prática. A incidência aumenta
com a informalidade e a dificuldade de dar garantias.
Joana (nome fictício) abriu
sua empresa recentemente e
afirma ter tido problemas para
obter a aprovação de crédito.
Ela reconhece que tinha
poucas garantias para oferecer.
Segundo conta, a gerente do
banco explicou que seria melhor que inflasse seu balanço
para conseguir o valor e a taxa
de juros mais adequados.
O gerente financeiro de uma
empresa de médio porte explica que o "jeitinho" ficou mais
disseminado com a crise.
Segundo ele, os bancos passaram a pressionar as pequenas devido à aversão ao risco e,
como os dados não são cruzados com os da Receita Federal,
elas inflam o balanço sem se
comprometer com o fisco.
A Febraban diz desconhecer
o hábito e afirma que ele "não
condiz com as boas práticas da
atividade bancária".
Metodologia ineficiente
Especialistas em micro e pequenas empresas apontam que
os bancos não possuem uma
metodologia específica para
avaliar os riscos das pequenas.
"Processos e metodologias
de análise são inadequados",
diz Carlos Alberto dos Santos,
diretor de administração e finanças do Sebrae.
Algumas iniciativas, porém,
devem aparecer em breve. O
BNDES vem desenvolvendo
uma metodologia própria, apurou a Folha. A previsão é que
entre em operação neste ano.
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