São Paulo, domingo, 09 de maio de 2004


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Expo Cristã gerou R$ 30 mi na 2ª edição; na Expocatólica, que estreou em 2003, foram R$ 3 mi

Feiras mostram religião como negócio

DA REDAÇÃO

Todo segmento tem uma feira de negócios correspondente. Com o religioso não é diferente. A Expocatólica e a Ficoc Expo Cristã (Feira e Exposição Internacional do Consumidor Cristão), ambas realizadas no mês de setembro no Expo Center Norte, têm como alvo um público volumoso: 89% da população brasileira, segundo o Censo 2000 do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o último realizado.
A Ficoc, que é organizada por evangélicos e vai para a terceira edição, reuniu 30 mil pessoas no ano passado (em seis dias). A estimativa para 2004 é de 70 mil.
O número de expositores também aumentou: 57 em 2002, 150 em 2003 e estimados 200 para 2004. Os resultados financeiros pós-feira no ano passado foram de R$ 30 milhões, segundo a organização. "O mercado tem enxergado de forma positiva esse crescimento, e grandes empresas têm investido", diz Emilio Fernandes Junior, diretor comercial do Grupo EBF, responsável pelo evento.
"Recentemente", conta, "a Som Livre lançou uma coletânea com louvores e hinos cristãos. As oportunidades de investimento são incontáveis", afirma o diretor.
Na feira católica, que debutou no ano passado, 21 mil visitantes se espalharam pelos 168 estandes (durante os quatro dias). A movimentação financeira ficou em aproximadamente R$ 3 milhões. Neste ano, a organização espera atrair 50 mil pessoas; o número de expositores saltou para 200.

Profissional
"O mercado religioso está em fase de profissionalização. Sabendo disso, vamos oferecer palestras sobre administração eclesial e um fórum de debates sobre o mercado de artigos católicos no Brasil", diz Fábio Castro, 34, um dos promotores da Expocatólica.
De acordo com o antropólogo Carlos Steil, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que estudou o comércio de artigos religiosos em Porto Alegre, a apresentação das lojas mudou. "Houve um deslocamento do comércio de ambientes sacralizados para shoppings. O relacionamento com a religião também mudou: hoje é mais autônomo."
O Santuário Nacional de Aparecida, que recebeu em 2003 mais de 7 milhões de visitantes, é um caso. Nele, um shopping reúne 620 estandes que vendem imagens (as campeãs de venda, segundo os lojistas) e fitinhas, mas também DVDs e roupas.
Sílvia Fernandes, do Ceris, diz que o produto consumido varia conforme a classe. "Nas camadas populares, sobressai a busca por imagens e pequenos cristais. Nas médias, por livros de auto-ajuda."


Expocatólica: www.expocatolica.com. br; Ficoc: www.ebfeventos.com.br


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