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São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2003


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MERCADO

Mercado de fitness estima expansão de 18% neste ano; índice é um pouco menor do que o de 2002

Com suor, academia cresce na crise

DAYANNE MIKEVIS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com muito suor, literalmente, o Brasil alcançou a Alemanha em 2003 e se tornou o segundo mercado do mundo em número de academias. São 6.000 unidades calculadas pela IHRSA (International Health, Racquet & Sportsclub Association), associação com representação nas Américas, na Europa, na Ásia e na Oceania.
Confiante nesse mercado, cuja previsão de faturamento em 2003 deve ficar na ordem dos R$ 3 bilhões, o diretor-presidente da Reebok Sports Club, José Otávio Marfará, quer chegar a 5.000 alunos em três anos na unidade recém-inaugurada na Vila Olímpia (zona oeste de São Paulo). O investimento foi de R$ 11 milhões e a academia possui até heliponto em sua área de 6.500 m2.
Mas o mercado também já dá pequenos sinais de saturação. Para este ano, a perspectiva de crescimento das academias era, inicialmente, de repetir os números de 2002 (20%). Mas o presidente da empresa Fitness Brasil, ligada à IHRSA, Waldyr Soares, baixou a estimativa para 18% -número ainda considerado alto em comparação a outras atividades.
"Quem disser que este ano foi bom está mentindo", critica Manuel Carrano, proprietário da rede de academias Formula. Carrano afirma que o setor está em crise por causa da alta concorrência e da atual situação econômica, que fizeram o rendimento do negócio diminuir "em cerca de 5%". Ele diz acreditar, contudo, numa recuperação para 2004.
Mais otimista, Marfará, da Reebok, diz que "até 2010 o mercado deve dobrar de tamanho". O crescimento no número de academias também se espelha na expansão da Acad (Associação Brasileira de Academias), que passou, neste ano, de órgão regional no Rio de Janeiro para associação nacional, presente em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Organização em redes
No Brasil, uma das tendências futuras do mercado, segundo Soares, é a implantação de redes -a exemplo do que já ocorre nos EUA. "Algumas redes possuem 400 academias em todo o país."
Apesar de achar que há espaço para grandes e pequenos, Soares afirma: "Se fosse montar um negócio hoje, seria uma academia "cocoon" ou uma especializada".
O termo vem do filme "Cocoon", de 1985, do diretor Ron Howard, e designa academias voltadas para o bem-estar de idosos.
Quem realmente pensa em abrir um negócio nessa área precisa atentar principalmente ao aspecto geográfico, diz o presidente da Acad, Djan Madruga. Segundo ele, é raro um cliente se deslocar muito para poder malhar.
Outra dica é ter uma reserva de capital de pelo menos 30% do valor do aporte, além de estabelecer metas claras. É também necessário investir na reciclagem dos profissionais e no espaço físico do empreendimento. Por fim, deve-se considerar a sazonalidade do negócio, já que após o verão as academias perdem clientes.


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