São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004


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Cautelosos com possível fama passageira, artistas e esportistas criam carreira paralela de empresário

Marca franqueada serve de "plano B"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A consciência de que a fama é passageira é o principal motivo da aposta no sistema de franchising, revelam artistas e esportistas ouvidos pela Folha.
Se em princípio parece estranho o fato de uma personalidade bastante conhecida investir em uma marca diferente da sua, a explicação é convincente: as franquias seriam uma forma de continuar a obter ganhos financeiros, caso haja a perda da notoriedade.
"É muito difícil um negócio com o nome de uma pessoa famosa dar certo. O nome passa. Se você fica em baixa, isso afeta o empreendimento", afirma o jogador de vôlei Tande, 33, sócio do colega Giovane Gávio, 33, em uma unidade da rede de alimentação Spoleto (massas).
Tande também é sócio de uma unidade da rede de academias Body Tech, no Rio de Janeiro. O ator Rodrigo Santoro e o técnico de vôlei Bernardinho são sócios da mesma rede. "Existe também uma razão comercial [para escolher uma outra marca]. Os homens provavelmente não se sentiriam à vontade malhando na academia "Tande'", explica.
Gávio, que está morando em Belo Horizonte, diz não ter tempo para frequentar a franquia, localizada em um grande shopping center do Rio. Mas ele afirma que o retorno financeiro é bom.
"Planejo até abrir outra franquia [do Spoleto], possivelmente em Florianópolis, quando parar de jogar." Antes de optar pelo Spoleto -onde, conta, foi convidado a almoçar todos os dias de graça-, chegou a procurar outras redes de alimentação.

Carlota Joaquina
Parte dos lucros obtidos com o filme "Carlota Joaquina", de 1995, foi utilizada na compra da master-franquia da loja inglesa de produtos naturais para o corpo Neal's Yard Remedies, conta a cineasta Carla Camurati, 42. "Tinha feito "Carlota", um filme que me deu muito dinheiro. Queria investir em algo de que gostasse."
Ela diz que os produtos da loja já faziam parte de sua vida "de uma forma quase obsessiva", quando decidiu que queria ter a franquia. "Eu não queria lançar um batom ou um perfume "Carla Camurati". Não me sentiria confortável. Quando já há alguém fazendo alguma coisa muito bem, o melhor é se associar a ele."
A cineasta não participa do cotidiano da loja -que fica nos Jardins, em São Paulo-, mas ressalta que se envolve em todas as decisões estratégicas e que acompanha de perto a importação das mercadorias. "Foi um prazer novo que descobri", diz. O próximo projeto, conta ela, é começar a vender franquias no país.

No limite
Entre os participantes de "reality shows", que muitas vezes experimentam a fama por curtos períodos de tempo, a preocupação em traçar o "plano B" ganha um destaque especial.
É o caso de Leonardo Rassi Neto, 26, vencedor do programa "No Limite 2" (2001), gravado na chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. Parte do prêmio -de R$ 300 mil- foi usada há cerca de um ano e meio na compra de uma franquia da lan house (casa de jogos eletrônicos) Monkey. A unidade fica em Goiânia e tem 65 computadores em rede.
"O negócio vai muito bem", avisa Neto, que cursa atualmente um MBA em gestão empresarial.



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