São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EM FOCO

Segmento cresceu 43% na Grande São Paulo em relação a 2002

Além de bom amigo, cão é bom negócio

SILVIA BASILIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A tradução comercial da velha máxima referente à amizade entre homens e cães cresce a cada ano, tanto em número de pet shops espalhados na Grande São Paulo quanto na diversidade de mimos oferecidos. De acordo com a Consultoria Palma, especializada nesse mercado, atualmente a região tem cerca de 10 mil estabelecimentos, número 43% maior do que o de 2002.
Hoje há negócios especializados em cesta de café da manhã, banho de ofurô, exame pré-natal, agência matrimonial e até mesmo "book canino" -o presentinho, com cinco fotos, custa R$ 70.
Os números levantados pela Store Gestão & Marketing, administradora de shopping centers do Rio Grande do Sul, que entrevistou 1.200 donos de animais domésticos, comprovam o potencial desse nicho no país -a população de cães e gatos do Brasil é a segunda maior do mundo, atrás apenas da dos Estados Unidos.
A minoria -5,8%- dos donos não presenteia seus animais to- dos os anos, enquanto os demais compram, no mínimo, quatro "agrados" por ano.
No que diz respeito à quantia despendida por mês, 12,30% dizem gastar até R$ 50; 30,15%, de R$ 50 a R$ 80; 34,58%, entre R$ 90 e R$ 120; 20,23%, de R$ 130 a R$ 150; e 2,74 %, mais de R$ 200.
A demanda por serviços de banho também está em alta -68,5% dos consultados dão esse presente ao "amigo" pelo menos uma vez ao mês.

Megastore
De olho na oportunidade, investidores lançaram, em 2002, no Pari (região central), a Pet Center Marginal. A megastore, que já registra bons resultados -10 mil pessoas visitam a loja nos fins de semana, volume duas vezes maior do que o registrado em abril de 2003-, apostou em diferenciais como atendimento 24 horas, estúdio fotográfico e consultoria especializada em gatos.
Outra novidade a ser oferecida é um "microchip canino", que, aplicado sob a pele dos cães, pode ser útil em casos de perda do animal. A expectativa dos sócios para este ano é positiva. "Projetamos um crescimento de 50% no faturamento", calcula o coordenador, Sérgio Zimerman.
No segundo semestre, o grupo pretende lançar uma franquia, a Bicho sem Grilos, ainda em fase de formatação. O que os investidores já adiantam é que as lojas serão instaladas em shoppings e em bairros nobres e atenderão ao público das classes A e B.

Guloseimas e lights
O veterinário Angelo Carotta Neto, 34, optou por outro segmento, o de panificação. Sua linha de produtos é composta por panetones, pães de mel, biscoitos e bolos de aniversário. "Costumava atender casos de vômito e diarréia em cães porque os donos davam a eles muitas bobagens."
Hoje, a Panetteria di Canni recebe encomendas de pet shops de todo o Brasil e, só no Natal, vendeu 10 mil panetones caninos. Neste ano, Carotta Neto planeja lançar uma linha de produtos light para cães obesos. Sua previsão de faturamento bruto para o ano é de R$ 1 milhão.


Texto Anterior: Estágio 3: Filiais e franquias atraem investidores
Próximo Texto: Franchising: Mercado popular Dia % procura interessados em troca de bandeira
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.