São Paulo, domingo, 13 de março de 2011


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Padronização leva até um ano

Empreendedor deve contar com comprometimento de funcionário para agilizar as alterações

DE SÃO PAULO

Tempo e recursos financeiros são dois investimentos necessários para o empreendedor que deseja implementar as normas técnicas de alta complexidade exigidas para obter a certificação ISO.
O processo de implementação leva de seis meses a um ano. Nesse período, é preciso elaborar um mapeamento detalhado do negócio. Até mesmo dos pontos que o empresário não considera de primeira necessidade.
"Muitas companhias não fazem nem mesmo a descrição de cargos e responsabilidades", destaca a diretora técnica da consultoria Knower, Cristiane Berriel, ressaltando que o procedimento é especialmente valioso para as que ainda não têm metodologia definida de trabalho.
Só é preciso ter cuidado para não deixar os procedimentos "engessarem" a empresa, opina Marcos de Oliveira, sócio-diretor da SGQ Consultoria e Treinamento.
Nos oito meses em que se dedicou a implementar os processos, o dono da Clínica Odontomartins, Ranieri Soares Martins, 47, fez uma extensa radiografia da empresa. Precisou criar até sistema de cadastro dos pacientes.
"Hoje, sigo as regras. Antes, só fazia treinamento ou manutenção nos equipamentos quando precisava", diz Martins, que decidiu implantar a ISO como parte da estratégia de compra de um consultório maior, que deve ser inaugurado em junho.
Para a consultora do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas) Evelin Astolpho, é preciso ter disciplina para modificar os processos antes da certificação. "Se o serviço não for implantado com eficiência, o empresário será reprovado", considera.
Esse comprometimento não deve ser apenas o do proprietário. Segundo a sócia-executiva da empresa de tradução Global Translations.BR, Vírginia Randmer, 48, os funcionários também têm de estar alinhados.
No ano passado, a empresária renovou a certificação ISO e incumbiu o time de alguns procedimentos.
"Temos uma equipe que produziu o manual de qualidade e outra que ficou responsável pelas reuniões mensais com a consultoria. Os funcionários também elaboram relatório de não conformidades", exemplifica.
O gasto, estima ela, chegou a R$ 150 mil em quatro anos. As melhorias, contudo, não tiveram influência no aumento da carteira de clientes. "Mas trouxe para eles mais confiança", acrescenta.


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