São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007


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EM FOCO - Turismo de aventura

Pioneirismo e atendimento garantem clientela fiel

Empresários do ramo de esportes radicais apostam na especialização

BÁRBARA CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Escalar o Aconcágua, viajar a pé acompanhado por um carro de apoio ou voar em um balão. Apaixonados por aventura, alguns empreendedores acertam o alvo ao criar empresas especializadas em atividades pouco convencionais. Eles dizem, porém, que o segredo do sucesso ultrapassa a fórmula passional.
Pioneira em "viagens ativas" (roteiros de bicicleta ou a pé, com apoio de carros e estada em pousadas de alto padrão), a AuroraEco, dos amigos Roberto Bitelman e Guilherme Padilha, por exemplo, levou três anos para se estruturar.
"No começo, nossos clientes eram amigos", conta Bitelman.
Os sócios investiram em montagem e divulgação de catálogos e em participação em feiras e eventos. Seis anos depois, fecharam parceria com uma das empresas que inspiraram a sociedade -a canadense Butterfield & Robinson- e com agências dos Estados Unidos, da Alemanha e da França.
Para Bitelman, a elaboração cuidadosa do roteiro e a qualificação dos guias são os diferenciais da AuroraEco. "Para cada roteiro, fazemos pesquisas de até seis meses sobre cultura e história regionais. Os guias acompanham o processo e agregam valor ao serviço: são botânicos, cineastas e historiadores. Os clientes sempre voltam por causa deles", relata.
Rodrigo Raineri e Guilherme Silva também eram amigos e apaixonados por esportes radicais antes de abrir a Grade VI, com roteiros de montanhismo.
A primeira viagem comercial -ao Aconcágua, na Argentina- só ocorreu dois anos depois de abrirem a empresa. De lá pra cá, os destinos multiplicaram: Montblanc, Everest, Kilimanjaro e vulcões no Chile.
Para Gonzalo Abedrapo, responsável pela parte operacional das viagens, além da experiência de Raineri no montanhismo, há outros motivos para o sucesso das expedições.
"Temos uma logística de aclimatação que respeita os limites do cliente e prezamos por sua segurança: lá fora, a relação guia/cliente é de 1 para 6. Trabalhamos com 1 para 3", diz.

No ar rarefeito
Ex-instrutor de escalada e ex-guia de montanha, Feodor Nenov quis ficar mais perto do céu e migrou para o balonismo. Abriu sua primeira empresa no ramo em 1995 e iniciou os vôos turísticos, com a AirBrasil Balonismo, seis anos mais tarde.
"Para fazer vôos como esses, precisávamos de balões grandes, que não havia no Brasil."
O empresário construiu um balão para oito pessoas e divulgou o negócio pela internet e pela assessoria de imprensa. Conta hoje com uma média de 60 vôos anuais e a ajuda de dois pilotos free-lancers.
"A maior dificuldade é encontrar pilotos qualificados."
Para incentivar os clientes, fez parcerias com hotéis, obtendo desconto de até 70%.


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