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EM FOCO - Turismo de aventura
Pioneirismo e atendimento garantem clientela fiel
Empresários do ramo de esportes radicais apostam na especialização
BÁRBARA CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Escalar o Aconcágua, viajar a
pé acompanhado por um carro
de apoio ou voar em um balão.
Apaixonados por aventura, alguns empreendedores acertam
o alvo ao criar empresas especializadas em atividades pouco
convencionais. Eles dizem, porém, que o segredo do sucesso
ultrapassa a fórmula passional.
Pioneira em "viagens ativas"
(roteiros de bicicleta ou a pé,
com apoio de carros e estada
em pousadas de alto padrão),
a AuroraEco, dos amigos Roberto Bitelman e Guilherme
Padilha, por exemplo, levou
três anos para se estruturar.
"No começo, nossos clientes
eram amigos", conta Bitelman.
Os sócios investiram em
montagem e divulgação de catálogos e em participação em
feiras e eventos. Seis anos depois, fecharam parceria com
uma das empresas que inspiraram a sociedade -a canadense
Butterfield & Robinson- e
com agências dos Estados Unidos, da Alemanha e da França.
Para Bitelman, a elaboração
cuidadosa do roteiro e a qualificação dos guias são os diferenciais da AuroraEco. "Para cada
roteiro, fazemos pesquisas de
até seis meses sobre cultura e
história regionais. Os guias
acompanham o processo e
agregam valor ao serviço: são
botânicos, cineastas e historiadores. Os clientes sempre voltam por causa deles", relata.
Rodrigo Raineri e Guilherme
Silva também eram amigos e
apaixonados por esportes radicais antes de abrir a Grade VI,
com roteiros de montanhismo.
A primeira viagem comercial
-ao Aconcágua, na Argentina- só ocorreu dois anos depois de abrirem a empresa.
De lá pra cá, os destinos multiplicaram: Montblanc, Everest,
Kilimanjaro e vulcões no Chile.
Para Gonzalo Abedrapo, responsável pela parte operacional das viagens, além da experiência de Raineri no montanhismo, há outros motivos para o sucesso das expedições.
"Temos uma logística de aclimatação que respeita os limites
do cliente e prezamos por sua
segurança: lá fora, a relação
guia/cliente é de 1 para 6. Trabalhamos com 1 para 3", diz.
No ar rarefeito
Ex-instrutor de escalada e
ex-guia de montanha, Feodor
Nenov quis ficar mais perto do
céu e migrou para o balonismo.
Abriu sua primeira empresa no
ramo em 1995 e iniciou os vôos
turísticos, com a AirBrasil Balonismo, seis anos mais tarde.
"Para fazer vôos como esses,
precisávamos de balões grandes, que não havia no Brasil."
O empresário construiu um
balão para oito pessoas e divulgou o negócio pela internet e
pela assessoria de imprensa.
Conta hoje com uma média de
60 vôos anuais e a ajuda de dois
pilotos free-lancers.
"A maior dificuldade é encontrar pilotos qualificados."
Para incentivar os clientes,
fez parcerias com hotéis, obtendo desconto de até 70%.
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