São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006


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DOIS EM UM

Otimizar equipe é maior vantagem

Para não estimular a competição entre lojas do grupo, é preciso apostar em políticas de RH

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a principal razão que motiva a abertura da segunda loja na mesma região é a expansão do negócio -mais a promessa de rechear o faturamento no fim do mês-, o maior benefício que o empresário encontra na duplicação da unidade é otimizar sua folha de pagamento.
Com 16 franquias da rede de alimentação Casa do Pão de Queijo, Alvaro Mascarenhas, 32, diz que conseguiu reduzir de 10% a 20% o custo mensal com funcionários e cita a flexibilidade da equipe como a principal vantagem. Ele tem instaladas seis unidades em três shoppings, duas em cada um deles, e ressalta que tem públicos diferentes em cada loja.
No shopping Morumbi, por exemplo, o empresário tem uma unidade na praça de alimentação e outra no cinema -cada uma recebe um público com determinado perfil e, além disso, tem horários de pico distintos, facilitando o manejo do horário dos empregados.
Já no shopping Metrô Santa Cruz, uma de suas unidades está próxima à saída do metrô, onde, segundo ele, o fluxo é três vezes maior que o do local onde está a outra, escondida e mais voltada para os próprios lojistas do shopping, inclusive com tabela de preços diferenciados. E não reclama do movimento.
Além disso, Mascarenhas elenca outras vantagens: a gestão do estoque torna-se mais fácil e há aumento do poder de barganha em uma eventual negociação com o shopping.
Em suas lojas, a política de incentivo ao funcionário faz imperar o coletivo sobre o individual. Se uma das unidades atinge a meta estabelecida pelo proprietário, todos os empregados, de ambas as lojas, recebem o prêmio.

Recompensas
Marcia Imori, proprietária da Sayuri Presentes, faz questão de ressaltar que delegar o trabalho a funcionários de confiança é um dos principais segredos da gestão de duas lojas no mesmo espaço, "pois não se pode estar nos dois lugares".
No início, ela premiava mensalmente o melhor funcionário da empresa. Com o ciúme que passou a surgir entre eles, e para abafar qualquer idéia de competição, a empresária passou a valorizar o melhor desempenho de cada uma das unidades. "É mais justo", diz.
Rosa Koth, proprietária da Very Rosy, loja de moda feminina criada há 17 anos, tem duas unidades no shopping Aricanduva e diz que o ciúme entre as funcionárias das lojas existe. Para evitar conflitos, resolve o problema comprando o mesmo material para ambas as unidades, que têm lucratividade bastante parecida.
"Eu tive funcionários que choraram porque achavam que o público estava indo para a outra loja", lembra Koth, que se diz satisfeita com o desempenho de ambas as lojas. (AR)


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