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DOIS EM UM
Otimizar equipe é maior vantagem
Para não estimular a competição entre lojas do grupo, é preciso apostar em políticas de RH
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a principal razão que motiva a abertura da segunda loja
na mesma região é a expansão
do negócio -mais a promessa
de rechear o faturamento no
fim do mês-, o maior benefício
que o empresário encontra na
duplicação da unidade é otimizar sua folha de pagamento.
Com 16 franquias da rede de
alimentação Casa do Pão de
Queijo, Alvaro Mascarenhas,
32, diz que conseguiu reduzir
de 10% a 20% o custo mensal
com funcionários e cita a flexibilidade da equipe como a principal vantagem. Ele tem instaladas seis unidades em três
shoppings, duas em cada um
deles, e ressalta que tem públicos diferentes em cada loja.
No shopping Morumbi, por
exemplo, o empresário tem
uma unidade na praça de alimentação e outra no cinema
-cada uma recebe um público
com determinado perfil e, além
disso, tem horários de pico distintos, facilitando o manejo do
horário dos empregados.
Já no shopping Metrô Santa
Cruz, uma de suas unidades
está próxima à saída do metrô,
onde, segundo ele, o fluxo é três
vezes maior que o do local onde
está a outra, escondida e mais
voltada para os próprios lojistas do shopping, inclusive com
tabela de preços diferenciados.
E não reclama do movimento.
Além disso, Mascarenhas
elenca outras vantagens: a gestão do estoque torna-se mais
fácil e há aumento do poder de
barganha em uma eventual
negociação com o shopping.
Em suas lojas, a política de
incentivo ao funcionário faz
imperar o coletivo sobre o individual. Se uma das unidades
atinge a meta estabelecida pelo
proprietário, todos os empregados, de ambas as lojas, recebem o prêmio.
Recompensas
Marcia Imori, proprietária
da Sayuri Presentes, faz questão de ressaltar que delegar o
trabalho a funcionários de confiança é um dos principais segredos da gestão de duas lojas
no mesmo espaço, "pois não se
pode estar nos dois lugares".
No início, ela premiava mensalmente o melhor funcionário
da empresa. Com o ciúme que
passou a surgir entre eles, e
para abafar qualquer idéia de
competição, a empresária passou a valorizar o melhor desempenho de cada uma das
unidades. "É mais justo", diz.
Rosa Koth, proprietária da
Very Rosy, loja de moda feminina criada há 17 anos, tem
duas unidades no shopping Aricanduva e diz que o ciúme entre as funcionárias das lojas
existe. Para evitar conflitos,
resolve o problema comprando
o mesmo material para ambas
as unidades, que têm lucratividade bastante parecida.
"Eu tive funcionários que
choraram porque achavam que
o público estava indo para a outra loja", lembra Koth, que se
diz satisfeita com o desempenho de ambas as lojas.
(AR)
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