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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003


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NEGÓCIO EM FOCO

País é o sexto do mundo no ramo, mas serviço de revenda já aponta sinais de saturação

Mercado de água tem sede de lucro

VINÍCIUS ALBUQUERQUE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com cerca de 110 marcas disputando a clientela e graças à forte proliferação dos serviços de entrega, o mercado de venda de água mineral começa a dar sinais de saturação. Entre 1995 e 2001, o setor cresceu cerca de 20% ao ano. Em 2002, o índice ficou em 9%.
Verificada nas três principais regiões de consumo de água mineral do país (São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco), a queda se deve, segundo a Abinam (Associação das Indústrias de Água Mineral) à redução do poder de compra do consumidor e ao excesso de oferta dos garrafões de 20 litros -que barateou o produto.
Só no Estado de São Paulo existem 15 mil revendedores de galões de 20 litros (usados na maioria dos bebedouros domésticos).
Mas, para o coordenador-geral do Provar (Programa de Administração de Varejo), da USP (Universidade de São Paulo), Claúdio Felizoli, o segmento ainda é promissor por causa da "crescente preocupação com o consumo de produtos saudáveis e graças à maior concentração de pessoas em áreas urbanas".
A infra-estrutura necessária para começar um negócio na área é simples: com investimento inicial de R$ 5.000, um salão comercial e até três pessoas é possível abrir uma loja. Já para minar uma nova fonte de captação de água é preciso capital de R$ 100 mil.

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Em 2002, foram engarrafados e consumidos 4,7 bilhões de litros de água no país, 400 milhões de litros a mais do que em 2001. O consumo per capita passou da média nacional de 24,9 para 27 litros por ano. Segundo a Abinam, o Brasil é o sexto maior produtor de água mineral do mundo, mas apenas 10% da população brasileira consome água mineral.
Controle de qualidade é o que a associação do setor quer estabelecer no mercado, com a criação do Selo Abinam de Qualidade. Até agora, 25 marcas já participam do processo de certificação, realizado pela empresa norte-americana NSF International, especializada em certificação de qualidade.
"O consumidor ainda não aprendeu a comprar água mineral. No caso dos garrafões, por exemplo, quem compra não sabe como é acondicionado o produto, nem exige laudo de qualidade da fonte", diz Carlos Alberto Lancia, presidente da Abinam.
De acordo com normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os garrafões de água mineral não podem ser colocados no chão, nem mesmo quando vazios, nem estocados próximos a produtos de limpeza.
A agência proíbe, ainda, a venda de garrafões em postos de gasolina, onde há risco de contaminação. A vida útil de um garrafão é de, no máximo, dois anos.


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