São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007


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Gestão/ Consumo

De centro de compras, shoppings passam a ser pólos de serviços

Diversificação do perfil "consumista" é tendência

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O perfil do shopping mudou. De templos de consumo de massa, estão hoje mais para pólos de lazer, de alimentação e de serviços. As compras ainda estão presentes, porém são relegadas a segundo plano.
Essa percepção já é comprovada em estudos, como o elaborado pelo consultor Hugo Sandall, pesquisador da UnB (Universidade de Brasília), em um shopping do Distrito Federal.
O levantamento, obtido com exclusividade pela Folha, constatou que apenas 14,8% dos clientes que pararam para olhar as vitrinas de lojas femininas e de moda jovem entraram nesses estabelecimentos.
Para Sandall, que diz considerar o índice baixo, esse panorama é reflexo da mudança de finalidade desse local. "O shopping deixa de ser um espaço de compras para ser um espaço comunitário."
O presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Nabil Sahyoun, confirma a tendência: segundo ele, um dos sinais de que o shopping passa por uma transformação é a diversidade crescente de estabelecimentos.
Laboratórios de análise, clínicas de estética e faculdades são alguns dos negócios que devem dividir espaço com lojas de moda feminina e de calçados.
Essa mudança de foco do espaço é "notória", na avaliação de Juracy Parente, professor de marketing da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
Ele menciona como exemplo os shoppings próximos a estações de metrô. "Lá, as pessoas estão passeando mais [do que comprando itens]", sinaliza.

Mudança de fachada
Quem ainda aposta nas lojas "tradicionais", diz Sandall, deve observar itens como disposição das peças na vitrina, ambientação, produtos em destaque e atendimento ao consumidor.
"Não existe uma fórmula mágica [para fazer com que o consumidor ingresse na loja]", diz.
Mas, segundo especialistas, a vitrina é um ingrediente fundamental para atrair clientes.
"Uma pesquisa norte-americana mostra que 39% dos consumidores entram no estabelecimento em razão do apelo da vitrina", destaca Sahyoun.
Sandall, no entanto, minimiza a importância da "fachada" do ponto-de-venda. Pelo estudo, conta, as lojas com as vitrinas mais chamativas não são as que recebem mais clientes. Segundo ele, os visitantes olharam mais para as lojas de moda feminina, mas foi na de moda jovem que entraram mais.


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