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Gestão/ Consumo
De centro de compras, shoppings passam a ser pólos de serviços
Diversificação do perfil "consumista" é tendência
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
O perfil do shopping mudou.
De templos de consumo de
massa, estão hoje mais para
pólos de lazer, de alimentação e
de serviços. As compras ainda
estão presentes, porém são relegadas a segundo plano.
Essa percepção já é comprovada em estudos, como o elaborado pelo consultor Hugo Sandall, pesquisador da UnB (Universidade de Brasília), em um
shopping do Distrito Federal.
O levantamento, obtido com
exclusividade pela Folha,
constatou que apenas 14,8%
dos clientes que pararam para
olhar as vitrinas de lojas femininas e de moda jovem entraram nesses estabelecimentos.
Para Sandall, que diz considerar o índice baixo, esse
panorama é reflexo da mudança de finalidade desse local. "O
shopping deixa de ser um espaço de compras para ser um espaço comunitário."
O presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas
de Shopping), Nabil Sahyoun,
confirma a tendência: segundo
ele, um dos sinais de que o
shopping passa por uma transformação é a diversidade crescente de estabelecimentos.
Laboratórios de análise, clínicas de estética e faculdades
são alguns dos negócios que devem dividir espaço com lojas de
moda feminina e de calçados.
Essa mudança de foco do espaço é "notória", na avaliação
de Juracy Parente, professor
de marketing da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
Ele menciona como exemplo
os shoppings próximos a estações de metrô. "Lá, as pessoas
estão passeando mais [do que
comprando itens]", sinaliza.
Mudança de fachada
Quem ainda aposta nas lojas
"tradicionais", diz Sandall, deve
observar itens como disposição
das peças na vitrina, ambientação, produtos em destaque e
atendimento ao consumidor.
"Não existe uma fórmula mágica [para fazer com que o consumidor ingresse na loja]", diz.
Mas, segundo especialistas, a
vitrina é um ingrediente fundamental para atrair clientes.
"Uma pesquisa norte-americana mostra que 39% dos consumidores entram no estabelecimento em razão do apelo da
vitrina", destaca Sahyoun.
Sandall, no entanto, minimiza a importância da "fachada"
do ponto-de-venda. Pelo estudo, conta, as lojas com as vitrinas mais chamativas não são
as que recebem mais clientes.
Segundo ele, os visitantes olharam mais para as lojas de moda
feminina, mas foi na de moda
jovem que entraram mais.
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