São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2006


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MARCA QUENTE

Diferenciação é estratégia para seduzir investidores

Firmas com pouco capital inicial investem em qualidade e inovação

COLABORAÇÃO PARA FOLHA

Algumas empresas são emblemáticas quando se fala na força que uma pequena firma pode conquistar no mercado. É o caso de Phytoervas (beleza) e Forno de Minas (alimentação).
Ambas nasceram com baixo capital inicial e tornaram-se fortes a ponto de atraírem o assédio de multinacionais interessadas em sua aquisição.
O destino que tiveram as duas marcas também foi o mesmo. A venda foi a maneira encontrada pelos sócios para expandir o negócio.
A idéia da então dentista Cristiana Arcangeli não era tornar a Phytoervas uma grife no mercado. Em 1986, sua principal motivação, diz ela, era gostar do segmento de cosméticos. "Nunca pensei que pudesse virar uma grande marca", conta.
Seus primeiros passos no empreendedorismo, no entanto, foram acertados. Arcangeli apostou na inovação, tornando-a a característica-chave da empresa em vários quesitos.
"Eu queria oferecer um produto natural, mas não "natureba" -amarrado com corda e embrulhado em juta. Por isso, resolvemos inovar em embalagens, desenvolver a fórmula [de xampus] sem sal e com princípios ativos naturais, além de várias outras diferenciações."
Outro acerto intuitivo foi divulgar a marca apoiando o lançamento de estilistas nacionais. "Aqueles eventos acabaram virando institucionais de marca muito fortes", lembra.
Passar a empresa para outras mãos, contudo, não foi tarefa fácil. "Eu não queria vender [a firma]. Só fechei negócio com a Bristol porque a proposta deles era expandir a marca em outros países", explica a empresária.

Receita caseira
O inverso aconteceu com a empresa Forno de Minas. Durante o processo de construção e desenvolvimento da marca, foi preciso difundir o hábito do consumo de pão de queijo em outros Estados, além de Minas Gerais, sede da fábrica.
O empreendimento -que surgiu a partir da receita caseira de Maria Dalva Mendonça- nasceu em 1991 em um ambiente altamente competitivo. Na época, Belo Horizonte contava com aproximadamente 200 fábricas do produto.
Outra barreira era o preço do produto: o pão de queijo elaborado pela Forno de Minas não era o mais barato do mercado. O jeito foi buscar diferenciação na produção dos alimentos.
"Minha mãe era obsessiva com a qualidade dos ingredientes e controlava tudo pessoalmente", diz Hélder Mendonça.
Anos mais tarde, com a marca associada à qualidade e contando com um sistema logístico de entrega em 10 mil pontos-de-venda, a firma foi vendida.
"A aquisição foi a melhor maneira de expandir nossa divisão de massas no Brasil e levar a marca para outros países", analisa Fernando Falco, diretor da General Mills, atual proprietária da Forno de Minas. (DB)


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