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MARCA QUENTE
Diferenciação é estratégia para seduzir investidores
Firmas com pouco capital inicial investem em qualidade e inovação
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Algumas empresas são emblemáticas quando se fala na
força que uma pequena firma
pode conquistar no mercado. É
o caso de Phytoervas (beleza) e
Forno de Minas (alimentação).
Ambas nasceram com baixo
capital inicial e tornaram-se
fortes a ponto de atraírem o assédio de multinacionais interessadas em sua aquisição.
O destino que tiveram as
duas marcas também foi o mesmo. A venda foi a maneira encontrada pelos sócios para expandir o negócio.
A idéia da então dentista
Cristiana Arcangeli não era tornar a Phytoervas uma grife no
mercado. Em 1986, sua principal motivação, diz ela, era gostar do segmento de cosméticos.
"Nunca pensei que pudesse virar uma grande marca", conta.
Seus primeiros passos no
empreendedorismo, no entanto, foram acertados. Arcangeli
apostou na inovação, tornando-a a característica-chave da
empresa em vários quesitos.
"Eu queria oferecer um produto natural, mas não "natureba" -amarrado com corda e
embrulhado em juta. Por isso,
resolvemos inovar em embalagens, desenvolver a fórmula [de
xampus] sem sal e com princípios ativos naturais, além de
várias outras diferenciações."
Outro acerto intuitivo foi divulgar a marca apoiando o lançamento de estilistas nacionais. "Aqueles eventos acabaram virando institucionais de
marca muito fortes", lembra.
Passar a empresa para outras
mãos, contudo, não foi tarefa
fácil. "Eu não queria vender [a
firma]. Só fechei negócio com a
Bristol porque a proposta deles
era expandir a marca em outros
países", explica a empresária.
Receita caseira
O inverso aconteceu com a
empresa Forno de Minas.
Durante o processo de construção e desenvolvimento da marca, foi preciso difundir o hábito
do consumo de pão de queijo
em outros Estados, além de Minas Gerais, sede da fábrica.
O empreendimento -que
surgiu a partir da receita caseira de Maria Dalva Mendonça-
nasceu em 1991 em um ambiente altamente competitivo.
Na época, Belo Horizonte contava com aproximadamente
200 fábricas do produto.
Outra barreira era o preço do
produto: o pão de queijo elaborado pela Forno de Minas não
era o mais barato do mercado.
O jeito foi buscar diferenciação
na produção dos alimentos.
"Minha mãe era obsessiva
com a qualidade dos ingredientes e controlava tudo pessoalmente", diz Hélder Mendonça.
Anos mais tarde, com a marca associada à qualidade e contando com um sistema logístico
de entrega em 10 mil pontos-de-venda, a firma foi vendida.
"A aquisição foi a melhor maneira de expandir nossa divisão
de massas no Brasil e levar a
marca para outros países", analisa Fernando Falco, diretor da
General Mills, atual proprietária da Forno de Minas.
(DB)
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