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Fazer bolos, fritar hambúrguer e vender roupas pode fazer parte do processo de seleção de franqueados de grandes redes do país. Em um ou dois dias, é possível "brincar" de franqueado e observar, do lado de trás do balcão, o que significa atuar no negócio.
O teste costuma colocar o interessado para acompanhar e participar dos bastidores da loja, forçando "choques culturais" que ajudam empresa e investidor a decidir se o processo continua.
Na Amor aos Pedaços, por exemplo, o candidato passa a manhã preparando tortas que ele mesmo venderá à tarde. A experiência faz metade dos candidatos abandonarem o páreo, diz a rede.
"É uma pequena amostra do que vai ser a sua rotina depois de adquirir a franquia. Isso ajuda a pensar melhor e a não escolher só com a emoção", analisa a consultora de franchising Ana Vecchi, da Vecchi & Ancona Consulting.
Segundo ela, a técnica também serve para entrevistas, quando são investigados hobbies e habilidades do candidato.
Nesse quesito, saber se ele gosta de cozinhar, se fica incomodado num local com o pé-direito baixo (como o estoque de uma loja, por exemplo) ou se tem compulsão por apostas em corridas de cavalos podem ser informações relevantes, dependendo da franquia.
"Se a pessoa quer abrir uma perfumaria, é essencial descobrir se ela tem alergia a perfumes."
Mas a brincadeira é antes de tudo uma etapa da seleção -tão eliminatória como as demais. Seria uma boa chance de analisar o comportamento do candidato. "Todas as reações, as atitudes, absolutamente tudo é observado", ressalta o consultor Alain Guetta, da Guetta Franchising.
Na Shell, um teste de cerca de cem questões busca medir, entre outras características, a ética dos candidatos. Uma das situações propostas é a entrega de combustível além da quantidade paga.
Quem admite ficar com o excesso sem restituir o fornecedor é cortado na hora. Orientação para qualidade e comércio e habilidades interpessoais, de controle, de atendimento de clientes e disponibilidade também são avaliadas.



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