São Paulo, domingo, 25 de março de 2007


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gestão

Apelo às sensações é a nova ferramenta do marketing

Experiências agregadas à venda de produtos e serviços atraem clientes

ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se sua empresa está interessada em galgar um espacinho cativo no coração dos clientes, saiba que é necessário oferecer-lhes um elemento além do preço competitivo: o sonho.
Independentemente de ser o caso de um desejo bem baratinho ou o de dar a volta ao mundo, o marketing de experiências -que aos poucos está sendo rebatizado de sensorial- ganha terreno ao possibilitar que consumidores que tenham os sentidos "acarinhados" tornem-se escudeiros da marca.
"Não é um processo só de fidelização, trata-se de tangibilidade da marca. O cliente, ao entender tudo o que a loja oferece, fica leal", diz Heloísa Omine, professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e sócia da Shopfitting.
"As experiências vão além da compra. As lojas são bonitas, mas todas iguais. O consumidor vai se lembrar daquela que lhe oferecer algo diferente", diz Silvana Bastian, da consultoria gaúcha Mais Criativa. "Mas elas ainda são poucas."
Heloísa Omine cita quatro variáveis do marketing de experiências e afirma que mesmo as empresas de pequeno porte podem adotar medidas voltadas para o estímulo sensorial.
"O objetivo é fazer com que o cliente sinta algo diferente. Pode ser via diversão, estéti- ca, momentos de escapismo ou treinamento", explica.

Para todos
Apesar de algumas ações incluírem gastos consideráveis -como ao "perseguir" tornados ou ao conhecer uma unidade espacial-, pequenas empresas também podem lançar mão de estratégias desse marketing.
Para Silvana Bastian, um primeiro passo é tornar a loja mais aconchegante e preparar todos os funcionários para que ajam de forma mais receptiva.
"Não importa o tamanho: o foco é saber quem é o seu cliente e como esse segmento pode ser envolvido", sugere Bastian.

Sem limite
Do outro lado do balcão, a Immaginare, criada há um ano, aposta que "os sonhos [dos parceiros] não têm limites".
"Percebemos, há três anos, que o conceito de marketing de experiências estava crescendo muito na Europa e nos Estados Unidos", conta Sonia Werblowsky, diretora da empresa.
Ela acrescenta que, depois das "primeiras grandes ondas do incentivo, nos anos 1980 e 1990", com a premiação em produtos, vales e viagens, surge a terceira: "Ela começa agora, em que reinarão as sensações".
A empresa oferece experiências que vão de R$ 40 a US$ 20 milhões. Hoje, sua clientela divide-se igualmente entre empresas e pessoas físicas.
Segundo Werblowsky, um dos segmentos mais agressivos na área é o financeiro, que busca promover cada vez mais a fidelização de clientes de cartões; outro é o farmacêutico.
E esse será, para os envolvidos, um terreno de vida longa. "Quanto mais afluente a sociedade, quanto mais os grandes clientes se encontrarem abastecidos de produtos de toda a ordem, mais a roda girará na direção do sonho, do que é "priceless" [que não tem preço]. E é nisso em que apostamos."


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